terça-feira, 17 de abril de 2012

A insustentável leveza das sacolinhas

Foi dada a largada. Desde 4/4, está valendo o acordo que estabelece o fim da distribuição das sacolinhas plásticas nos supermercados de São Paulo. Isto é, está decretado o fim das SACOLINHAS GRATUITAS porque se o consumidor pagar por OUTRAS SACOLINAHS PLÁSTICAS -- biodegradáveis ou não -- as terá no porta-malas do carro, ou a lhes amarfanhar os antebraços no busão...
A história começa no dia 25 de janeiro, com a medida sendo suspensa após o ´bem bolado´ realizado entre o Procon de SP, o Ministério Público e a Apas-Associação Paulista de Supermercados, quando foi assinado um Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta - TAC. (Não custa lembrar que o pau comeu solto por pressão da sociedade que se viu órfã na discussão). As autoridades postergaram a distribuição gratuita por algumas semanas e... agora cada um que vá cuidar sa sua horta.
O argumento preferido nesse imbróglio que se formou é o de uma suposta defesa do meio ambiente, alegam os senhores da Lei e os representantes dos Supermercados, off course. Para esses senhores, a ideia embutida e não revelada, pode estar no fato de que ao penalizar o consumidor este criaria juízo, deixaria de ser mal educado e mal sustentável e passaria a descartar menos plástico no ventre da mão natureza. Um argumento tão flácido e leve, que desaparece ao sabor de um vento mais forte lançado durante um debate sério.
Quem produz lixo (todos nós !!!) vai continuar descartando o mesmo. A diferença é que ao invés de sacolinhas plásticas gratuitas, os caminhões de coletas passarão a ter, a partir desta QUARTA, QUATRO DO QUATRO, sacolinhas plásticas pagas para recolher. Deu no mesmo ou não ?
O CLICK NEGÓCIOS, programa que apresento e que desde a sua concepção traz a questão da sustentabilidade, ouviu gente importante nesse jogo de palavras, ideias e argumentos. Eu confesso que não sai convencido de benefício nenhum a mais, além daquele que o supermercadista vai levar.
Percebam que foram chamados vários atores para esta discussão, à excessão de um: o consumidor. Uma discussão que já começa de uma forma uinilateral, sem ter um de seus principais envolvidos no debate, certamente não é uma discussão sustentável !
*Nélson Tucci é Jornalista profissional diplomado (Universidade Metodista), pós-graduado em Comunicação e Relações com Investidores (FIPECAFI-FEA/USP), tem curso de Extensão Universitária em Meio Ambiente (USP).
Via: InvestVidaNews

Um comentário:

  1. Pois é, os supermercados antes tinham os empacotadores, e foram sumindo. O número de caixas foi paulatinamente diminuindo. Agora, este episódio das sacolinhas. Tudo converge para um único ponto: diminuir o conforto para o cliente, mas maximizar o lucro.
    Não parece um caminho bom. Para os supermercados. O público não ouvido e excluido, que encontre alternativas mais confortáveis. Eu estou mandando os supermercados entregarem em casa, o que não fazia antes. Assim, o problema das sacolinhas é deles.....

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