segunda-feira, 30 de maio de 2011

Como o plástico está presente em nossa vida?

O plástico é um material versátil, higiênico e impermeável, além de 100% reciclável e o plástico está presente no cotidiano das pessoas, trazendo segurança, saúde, praticidade e qualidade de vida.

• Melhorando a segurança dos veículos e os tornando mais leves para consumirem menos combustíveis e reduzirem as emissões;
• Garantindo a qualidade dos alimentos desde a produção, estocagem e distribuição;
• Auxiliando no transporte de objetos, por meio de sacolas plásticas, que também são usadas para embalar lixo, inclusive seguindo as orientações de órgãos de saúde, que as indicam como agentes de saúde pública para evitar contaminações a partir do lixo.
• Garantindo também a qualidade da água, nos protegendo contra doenças como cólera, diarréia, esquistossomose;
• Aumentando a perspectiva de vida com sua forte presença na medicina – desde um simples curativo, passando pelos descartáveis, pela armazenagem de sangue, equipamentos, até os modernos corações artificiais; entre tantas outras aplicações.
• Empregados na construção (desde a parte estrutural – canos, tubos, telhas de cimento reforçado livres de amianto, etc), na arquitetura e decoração (pisos, esquadrias, batentes, etc);
• Protegendo o meio-ambiente, impedindo contaminações dos solos e lençóis freáticos, evitam erosões, canalizam esgotos e preservam a água que consumimos;
• Reduzindo o consumo da energia usada na aclimatação de ambientes (aplicações que vão desde janelas, isolamentos térmicos e acústicos, esquadrias, entre outras).

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Banimento de sacolas em São Paulo é inconstitucional , diz Plastivida que continuará campanha educacional

Em entrevista à Revista Sustentabilidade, Plastivida afirma que continuará campanha educacional para o uso responsável de sacolas plásticas, fato que será reafirmado no dia 2 de junho, com o lançamento da Escola de Consumo Resposnável em Blumenau. A iniciativa tem como objetivo difundir os conceitos de uso consciente, redução do desperdício e descarte adequado de produtos como as sacolas plásticas e contará com a participação de diversas esferas da saciedade, entre elas as redes de ensino e o varejo.

Leia a seguir, a matéria da Revista Sustentabilidade:

Banimento de sacolas em São Paulo é inconstitucional , diz Plastivida que continuará campanha educacional

Alexandre Spatuzza - Revista Sustentabilidade

O custo de uma sacolinha plástica para um estabelecimento comercial varia de 2 a 3 centavos, mas somadas todas as dezenas de bilhões de sacolas plásticas distribuídas pelo comercio brasileiro, o setor gira mais de R$300 milhões anuais se tomarmos em conta que só os supermercados distribuem gratuitamente cerca de 14 bilhões de unidades deste produto todos os anos.

São cerca de 200 fábricas de sacolas plásticas no Brasil, empregando 30 mil pessoas, dos quais 6 mil estão em São Paulo, segundo dados do Instiuto Plastivida, entidade patrocinada por grandes empresas do setor de plástico que defende a continuidade do uso do material.

“Não podemos saber por certo a quantidade, mas haverá demissões,” disse à Revista Sustentabilidade o presidente do Plastivida, Miguel Bahiense. “Não é uma coisa simples mudar a linha de produto e nem a reação dos consumidores. Muitos dos consumidores de baixa renda não vão comprar sacolas de lixo, pois acham muito caro.”

Bahiense referia-se à aprovação - seguida de sanção do prefeito Gilberto Kassab (PSD) - de uma lei que proíbe, a partir de janeiro de 2012 a distribuição de sacolas pelo comércio varejista em São Paulo. Considerando a lei inconstitucional, a entidade representada por Bahiense, espera esclarecimentos nos tribunais sobre pelo menos quatro decisões contra leis municipais que proibiram as sacolas. Enquanto isso, a entidade continuará firme na sua campanha de educação e conscientização dos público consumidor, das empresas varejistas e até do próprio setor de transformação para fabricarem sacolas dentro de normas que reduziriam seu consumo.

“O problema não é o produto, o problema é o desperdício gerado pela falta de conhecimento e de políticas públicas de coleta seletiva e reciclagem”, explicou.

A Plastivida não só promove o uso de sacolas mais robustas que, seguindo normas da ABNT, podem acondicionar até 6Kg, mas também trabalha com a educação e conscientização para reduzir o consumo em 30% até 2012 dos 17,9 bilhões de unidades consumidas em 2008, quando a campanha foi lançada.
Desde então já houve uma redução de 3,9 bilhões unidades, ou cerca 22%, de unidades consumidas e 13 empresas já aderiram ao programa de uso sacolas mais robustas.

Para ele, os municípios não só não podem legislar para proibir qualquer produto, como já existe, com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, um ordenamento jurídico nacional para a questão dos resíduos, incluindo embalagem pós-consumo onde se enquadra as sacolinhas plásticas.

“É mais fácil para um político proibir sacolas plásticas do que implementar políticas eficientes de coleta seletiva e gestão de resíduos,” desafiou. “Se houvesse estas políticas, as sacolas ou retornariam para a indústria ou poderiam ser queimadas para gerar eletricidade junto com o lixo”.

Os legisladores estaduais e municipais têm tentado abordar a questão de vários ângulos. Desde 2007, quando o debate surgiu, estados e municípios têm legislado de variadas formas. Inicialmente, houve uma onda leis favorecendo as sacolas oxibiodegradáveis. Depois veio a proibição pura e agora algumas leis estão favorecendo tanto as sacolas biodegradáveis – a maioria feito de amido de milho importado por falta de escala da indústria nacional – e a adoção de sacolas mais robustas dentro da norma da ABNT, este é o caso da capital gaúcha, Porto Alegre.

O Rio de Janeiro foi pelo caminho do incentivo ao consumidor forçando o comércio a dar descontos pelo menor uso de sacolas.

DEBATE AMPLO

“Cada cidade faz o que quer,” lamenta Bahiense.

No entanto, ele enfatiza que deve-se abordar a questão de uma forma mais abrangente, elucidando o público não só dos benefícios do uso das sacolas - a entidade que preside diz que o acondicionamento de lixo em sacolas tem preferência dos elaberadores de políticas de saúde pública e divulga estudos que mostram que pegada de carbono de sacolas plástica comum de polietileno é menor que das sacolas reutilizáveis feitas de algodão – mas também discutindo toda a cadeia.

“A logística reversa das sacolas plásticas têm que ser discutida dentro do setor de embalagens como um todo, pois não pode ser discutido separadamente”, propõe.

Para ele, o público tem que levar em conta que as sacolas não são de graça, mas seu custo é embutido no preço dos produtos vendidos pelo varejo e que, para os supermercados, chega a ser o terceiro maior item de custo.

Portanto, argumenta o executivo, com a obrigatória substituição das sacolas de polietileno por biodegradáveis - como em Belo Horizonte -, é possível que os supermercados transformem um custo em lucro, pois a venda destas sacolas a 19 centavos cada e das sacolas retornáveis embute uma margem de lucro para os supermercados.

“Para o consumidor que paga pelas sacolas por meio de um adicional embutido nos preços do produto, este custo sobe mais 850%, pois de 2 centavos, passam a pagar 19 centavos”, calculou.

terça-feira, 24 de maio de 2011

“Banir a sacolinha não vai tornar o Brasil uma potência verde”

Em entrevista para o Portal Exame, o presidente da Plastivida, Miguel Bahiense, afirma que o grande vilão ambiental do país é o desperdício, associado a um sistema de coleta seletiva que deixa muito a desejar.


São Paulo – A sacolinha plástica está no banco dos réus. Na semana passada, São Paulo, a maior capital brasileira, proibiu a distribuição da embalagem pelo comércio. Em março, Belo Horizonte já havia aprovado uma lei semelhante. O movimento é endossado por argumentos ambientalistas contrários aos efeitos supostamente negativos que a sacolinha teria sobre a natureza – entre eles, o fato de ser feita com uma resina do petróleo e demorar até quatro séculos para se decompor.
Mas há controvérsias. “A Ciência já comprovou que a sacolinha de plástico é sustentável e faz bem para o meio ambiente”, defende Miguel Bahiense, presidente da Plastivida e do Instituto Nacional do Plástico (INP). Engenheiro químico por formação, ele tem se posicionado contra o banimento e em favor do consumo responsável das sacolinhas.


Em entrevista à EXAME.com, Bahiense diz que o problema ambiental do Brasil chama-se desperdício, que a lei da sacolinha não tem nada de ‘verde’ e que alternativas como o plástico biodegradável, feito de milho, estão longe de ser a solução. Confira

EXAME.com – Nos últimos anos, a sacolinha virou um vilão ambiental. Como o setor de plástico tem acompanhado essa questão?

Miguel Bahiense – Nós entendemos que o problema não é do produto em si, mas do desperdício. Há muito tempo, as sacolinhas eram fabricadas com uma espessura que suportava de 6 a 7kg. Até que, na tentativa de reduzir os custos de produção para a indústria e baratear a compra pelo comércio, ela foi ficando mais fina e frágil. Com o tempo, o consumidor começou a colocar uma sacola dentro da outra para reforçar. Aí surgiu um negócio que não existia: o desperdício. Chegamos a um momento em que a profusão de sacola era tamanha que começou a chamar muita atenção. Sem um destino certo, um plástico descartado em um rio, não afunda, ele boia e fica bem visível. A partir daí o discurso ambiental contra sacolinha ganhou força.

EXAME.com – A Plastivida esteve à frente de um campanha pela redução do uso de sacolinhas em 2008. Não é contraditório que o setor estimule o uso consciente? Afinal, para o fabricante é interessante vender sempre mais...

Miguel Bahiense – Quando o programa foi implementado, havia um aumento crescente da opinião pública sobre o que se via no mercado. A indústria enxergou esse problema e pensou: ‘ou a gente passa a trabalhar de forma correta ou o nosso negócio vai acabar, porque a cobrança ambiental é crescente’. Através do INP, reavaliamos a norma técnica para fabricação de sacolas de forma que ela tivesse uma resistência maior.

Em paralelo começamos a educar os fabricantes para que produzissem sacolas dentro da norma. Aos varejistas, mostramos que se optassem por um produto de qualidade, eles ajudariam a reduzir o desperdício. O resultado foi significativo. Em 2008, eram fabricadas 17,9 bilhões de sacolas. Em 2010, foram 13,9 bilhões. A estimativa até o final de 2011 é reduzir em mais 700 milhões de sacolas.

EXAME.com – Restringir o uso da sacolinha por lei não ajuda a solucionar o problema do desperdício?

Miguel Bahiense – A lei da sacolinha não tem nada de sustentável. Sustentabilidade é um tripé, que só se mantém se os três pilares (o econômico, o social e o ambiental) forem atuantes. Leis como a de São Paulo não atendem à nenhum deles. Do ponto de vista ambiental, os estudos mostram que a sacola não é o problema, ela, ao contrário tem o melhor desempenho ambiental quando comparada a outras alternativas.
Segundo um estudo inglês, de nove categorias ambientais avaliadas, a sacolinha teve o melhor desempenho em oito delas. E em segundo lugar, ficaram as ecobags de plástico. Então o plástico se mostrou um produto essencial do ponto de vista ambiental.

EXAME.com – O Brasil sediou a ECO-92, ano que vem teremos a conferência do clima, a RIO+20, e em paralelo há uma política nacional de resíduos sólidos sendo implementada. Será que o banimento das sacolinhas não iria acontecer mais cedo ou mais tarde num país que quer se tornar uma potência ambiental?

Miguel Bahiense – Banir a sacolinha não vai tornar o Brasil uma potência verde. É muito fácil culpar algo específico do que olhar o próprio umbigo e reconhecer a sua parcela de culpa no problema. De um lado, a indústria errou por ter fabricado o que o supermercado pedia – uma sacola sem qualidade, mas barata para o cliente e de baixo custo de produção. Do outro lado, o varejo agiu errado ao demandar uma sacola fora da norma.
E acima disso tudo, tem o poder público incapaz de reconhecer as suas falhas, de não oferecer uma simples coleta de lixo eficiente, muito menos uma coleta seletiva eficaz em todo país. Apenas 4% dos municípios têm algum tipo de coleta seletiva. Como você espera que um produto – seja ele saco plástico, copo, garrafa de vidro – seja reciclado por aqui? Hoje, apenas 20% do plástico produzido no Brasil é reciclado. Temos uma indústria de reciclagem ociosa.

EXAME.com – Afinal, qual a parcela de culpa das sacolinhas plásticas na questão ambiental? Considerando que ela vem de uma resina feita de petróleo e demora quase 400 anos para desaparecer...

Miguel Bahiense – Mas que bom que ela demora todo esse tempo. Que ótimo. Tudo o que é fabricado traz um impacto ambiental, tem uma pegada de carbono. Quando eu produzo uma sacolinha, o carbono do petróleo virou um produto e esse produto não se degrada, porque o carbono está aprisionado ali, ou seja, ele não contribui em absolutamente nada para o problema do efeito estufa. Sobre a origem fóssil, apenas 4% de todo o petróleo extraído do mundo é aplicado na produção de plásticos.

Aliás, essa é a aplicação mais inteligente do petróleo que existe, pra fazer plástico. Pior são os 88% de petróleo extraídos do mundo e usados para calefação em países frios e no transporte. Essas são as aplicações mais estúpidas do petróleo, porque extrai o carbono da terra, e durante a queima, emite o carbono para a atmosfera.

EXAME.com – Agora há outros tipos de plástico, considerados mais sustentáveis, como o de milho, o verde de cana-de-açúcar, o oxidegradável...Qual o de menor impacto ambiental?

Miguel Bahiense – O plástico comum tem como matéria-prima o petróleo, não renovável. O de cana de açúcar tem, ao final de sua vida, as mesmas características do plástico comum, mas sua origem é renovável. Esse saco tem ainda uma característica curiosa, enquanto a cana tá crescendo ela está tirando CO2 da atmosfera, ela tem uma contribuição ambiental importante do ponto de vista da pegada ambiental. Mas ainda trata-se de um produto novo, com tecnologia em desenvolvimento e de custo elevado.

Já o oxidegradável é um plástico de petróleo ou de cana que recebe um aditivo que acelera o processo de degradação. O plástico biodegradável, de milho, por exemplo, tem esse processo de retirada de carbono, mas em determinado momento se a biodegradação ocorre ele emite o carbono, coisa que não acontece nos outros dois.

EXAME.com – Quer dizer que o saco comum é melhor que o biodegradável?

Miguel Bahiense – Hoje a ciência mostra que um plástico biodegradável tem um desempenho ambiental muito pior que o de petróleo, o que parece um absurdo, mas é verdade. Vejamos o saco biodegradável feito de amido de milho, matéria-prima renovável e que demora 180 dias para se decompor. De fato, temos uma melhora significativa na mudança de fonte. Mas essa sacolinha também emite gás, CO2 ou metano, dependendo do meio.
Mas num aterro sanitário não existem condições pra que a biodegradação aconteça, seria preciso uma usina de compostagem pra fazer isso. Imagine se 70% do volume de lixo gerado em são Paulo, de 11 mil toneladas/ dia, fosse biodegradado todo dia. Seria tão nocivo para a questão do aquecimento global, como a emissão de gás metano pela população mundial de vacas.

EXAME.com – O senhor usa Ecobag?

Miguel Bahiense – Eu não tenho ecobag porque sei que é pior. A sacola comum, fabricada dentro da norma, é melhor que uma ecobag de pano. Eu gostaria que as pessoas tivessem o mesmo nível de entendimento que tenho pra entender isso. Sem a sacola comum, a segunda melhor opção é a ecobag de plástico, e se eu não tiver nenhuma dessas duas, realmente não sei qual a melhor opção. Não é porque sou presidente de uma entidade que defende a sacola. É porque tenho a informação de que essa é a melhor opção do ponto de vista ambiental, social e econômico.

Veja bem, dependendo de como for usada a sacola plástica também pode ser considerada uma ecobag, que nada mais é do que uma sacola reutilizável, que você usa várias vezes. Se eu tenho uma sacola plástica com qualidade que aguante 6kg, será que a sacolinha plástica, hoje vista como vilã, não viraria uma ecobag, não seria retornável?

Consumidores não podem ser lesados, dizem moradores de BH ao jornal Estado de Minas

Moradores de Belo Horizonte se manifestaram no jornal Estado de Minas sobre a retirada das sacolas plásticas do comércio da capital mineira. Confira os depoimentos e mande sua opinião!

INDIGNAÇÃO CONTINUA
Estao de Minas Online - WEB - 23/05/11


Retirada das sacolas de plástico do comércio continua irritando

Nem na época em que o pão subiu de preço a revolta foi tão forte quanto agora, nessa história de acabar com os sacos plásticos. Os e-mails chegam aos montes, num protesto coletivo que tem vários ângulos. Vale indignar-se junto com os leitores. O que eu faço cada vez que entro numa padaria, por exemplo, e esqueci as sacolas. Para evitar ficar com raiva por miudezas, mantenho agora uma coleção de sacolas no carro. Vamos aos protestos:

“Lendo a seção ‘Cartas à redação’ de 16/5/11, fiquei satisfeita com os comentários sobre a desastrada lei proibindo as sacolas plásticas em BH. Desde o anúncio da referida lei comecei a tentar entender qual o propósito dela, que, logicamente, não é o tão falado cuidado com o meio ambiente. Que cuidado é esse que apenas troca o uso das sacolas oferecidas gratuitamente pelos comerciantes, desde muito tempo destinadas a descarte de lixo doméstico, pelos sacos de lixo compostos do mesmo plástico, porém vendidos a preço desmedido? Porque os supermercados e demais comerciantes que antes forneciam as embalagens gratuitamente foram generosamente agraciados com mais um item de lucro? Cuidar do meio ambiente é dever de todos, mas lograr a opinião pública com essa conversa de que as sacolas seriam responsáveis pela degradação ambiental é se esquecer de que o plástico é uma conquista moderna, que deveria sim ter seu uso consciente, assim como não devemos descartar as sacolas rua afora, também as garrafas PET, os sacos dos biscoitos e salgadinhos, as pilhas e baterias de celulares, etc. Educar para o uso racional sim, obrigar o povo a arcar com a compra de embalagens novas é um absurdo. O povo tem sido frequentemente enganado, e essa é mais uma armadilha para pegar incautos. Mas como sempre alguém está lucrando e muito com isso. Decididamente não é a população” (Alvina Maciel Pimentel Barbosa).

OUTRO “Cara Anna Marina, acabei de ler sua coluna e me coloco ao lado das duas leitoras que você retratou. Gostaria de também opinar porque me sinto da mesma maneira. Como ser contra a defesa do planeta? Como deixar de fazer a ‘coleta seletiva’? Mas como fazer com as compras que estão a cada dia mais caras e sem as embalagens oxibioqualquer coisa para carregá-las ou o seu desconto correspondente no caso de levar minhas próprias embalagens? Onde deixar as embalagens lavadas e secas que trato na cozinha da minha casa se no bairro onde moro – Funcionários, cujo IPTU é um dos mais altos da cidade – sofremos com a falta da coleta seletiva e ainda temos que conviver com a água que escorre dos prédios e casas pelos cantos de todas as ruas do bairro dia e noite sem que as autoridades façam qualquer coisa para proteger o planeta, a água desperdiçada e eliminar as poças d’água que ficam por aí atraindo o mosquito da dengue e outros mais?

Como conviver com o cocô dos cachorros nos passeios e que acabam nos nossos sapatos e nas nossas casas sem que nenhuma campanha oficial nos ajude nas nossas ações individuais de conscientização da população? Estamos cansados de ser penalizados por todos os que não fazem sua parte, inclusive nossos governantes, que fazem as leis e nos empurram goela abaixo, nos deixando sujeitos aos desejos de lucros dos vendedores, cada vez mais gananciosos. Você, sem dúvida já viu o preço das sacolinhas recicláveis e retornáveis nas lojas da cidade, não deixando de considerar uma única iniciativa da Nestlé- Verdemar- Ronaldo Fraga para estimular o uso das sacolinhas retornáveis. Onde foi parar a economia no preço das sacolas que não retornou aos contribuintes e consumidores em forma de propaganda ou incentivo? Que lei é essa que só protege os donos de negócios dizendo que estão protegendo o planeta se a medida mínima de coleta seletiva não foi implementada?

Não! Chega!

Precisamos das vozes de vocês que detêm instrumentos de divulgação e que podem de fato imprimir nossa contrariedade com tanta falta de ação para de fato criar educação e consciência de preservação do planeta e da vida. Mas as ações de educação precisam vir primeiro. Onde estão os centros de coleta? Quando a coleta seletiva em todos os bairros? Quando a coleta de lixo em todos os bairros? Quando e onde o dinheiro economizado pelos comerciantes está voltando para a comunidade? Aí sim faremos a nossa parte satisfeitos e sem nos sentirmos parte de uma ‘enrolação’, de uma farsa ecológica.

Obrigada por ser porta-voz de nossos desejos de um planeta melhor e mais justo, e por um conjunto de ações para implementarmos, juntos, essa ideia” (Heliana Foureaux).

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Posicionamento frente ao projeto de lei aprovado pela Câmara de São Paulo que visa o banimento de sacolas plásticas no município

• No dia 17 de maio, a Câmara de Vereadores de São Paulo aprovou o Projeto de Lei 496/2007, que dispõe sobre a proibição da distribuição gratuita ou venda de sacolas plásticas aos consumidores em todos os estabelecimentos comerciais da capital. O PL define que os estabelecimentos comerciais devem estimular o uso de sacolas reutilizáveis, confeccionadas com material resistente e que suportem o acondicionamento e transporte de produtos e mercadorias em geral.

• São Paulo é o maior centro consumidor do país e sofrerá com a penalização: perda de movimentação no comércio, empregos em risco na cadeia produtiva, além da penalização da população em si e do meio ambiente.

• As sacolas plásticas são apontadas incorretamente como sendo causadoras de impacto ambiental, quando na verdade o problema não reside nelas e sim no desperdício, no descarte incorreto e na falta de uma política adequada de reciclagem de resíduos pós-consumo.

• Não há alternativas consistentes para substituir as sacolas plásticas. Econômicas, duráveis, resistentes, práticas, higiênicas e inertes, são reutilizáveis e 100% recicláveis. Pesquisa do Ibope confirma que 100% das sacolas plásticas são reutilizadas como saco de lixo, 71% constituem as embalagens preferidas da população para transportar suas compras e 75% das donas de casa são a favor do seu fornecimento pelo varejo.

• Embalar o lixo em plástico é uma recomendação dos órgãos de saúde do país, para que se evitem contaminações. A sacola plástica é reutilizada pelo consumidor para acondicionar o lixo doméstico, assim como para outros tantos usos, o que representa higiene, economia e atitude ambientalmente responsável. Na falta dessa embalagem, o consumidor deverá comprar sacos de lixo, o que irá gerar custo adicional às famílias.

• Ambientalmente, as sacolas plásticas são comprovadamente as mais amigáveis. Estudo encomendado pelo governo britânico sobre o impacto ambiental de diversos tipos de sacolas mostrou que a sacolinha de plástico tem melhor desempenho ambiental em 8 das 9 categorias avaliadas. Outro importante dado é que ela apresenta a menor geração de CO2 em seu processo produtivo, além de consumir menor quantidade de matéria-prima frente às outras opções.

• Com isso em vista, acreditamos que o combate ao desperdício a partir da educação: conscientização sobre o uso correto, reutilização e descarte responsável das sacolas plásticas é o caminho adequado.

• Defendemos que as sacolas plásticas sejam utilizadas sim, porém fabricadas com a qualidade exigida pela Norma Técnica ABNT NBR-14937. Isso porque as sacolas mais resistentes inibem a prática de se colocar uma sacola dentro da outra para transportar produtos mais pesados ou utilizar somente a metade de sua capacidade, além, de poderem ser usadas mais vezes, mesmo para as compras em supermercados.

• Essas sacolas mais resistentes são a base do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, desenvolvido pela Plastivida, Instituto Nacional do Plástico (INP) e Associação Brasileira da indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), para envolver indústria, varejo e população na questão da melhoria na qualidade das sacolas e nas boas práticas de uso e descarte dessas embalagens.

• Com uma sacola dentro da norma e com a educação da população para o uso e descarte adequados dessas embalagens o desperdício é combatido. O consumidor pode levar sua sacola plástica mais de uma vez ao supermercado, depois disso dar a ela outras finalidades (embalar alimentos, carregas produtos molhados na bolsa, recolher as fezes de animais domésticos ou mesmo usar como saco de lixo)

• Presente em oito capitais (São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Goiânia, Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Florianópolis), o Programa traz resultado notório: 4 bilhões de sacolas plásticas deixaram de ser consumidas de 2007 a 2010. Mesmo o Ministério do Meio Ambiente (MMA) reconhece o esforço como inovador, consistente e equilibrado. O Programa segue em 2011 com o objetivo de alcançar e até mesmo ultrapassar a marca dos 30% de redução no uso de sacolas plásticas até 2012.

• Na capital paulista, as redes de varejo signatárias do Programa, como o Pão de Açúcar, por meio da educação do consumidor, já reduziram significativamente o desperdício, graças a distribuição de sacolas dentro de normas e do trabalho de educação do consumidor.

• As entidades também lançaram em 2010 a Escola de Consumo Responsável, um projeto itinerante que tem levado os conceitos de uso responsável e descarte adequado dessas embalagens para todo o País.


O Banimento é um caminho ou uma falta de visão sistêmica?

• Perguntamos: deveríamos banir as sacolas ou promover ações em favor de seu uso responsável? Imagine se baníssemos tudo o que é moderno e que ao mesmo tempo tenha algum impacto ambiental. Voltaríamos aos primórdios, com baixa qualidade e baixa expectativa de vida e com epidemias que, atualmente, só fazem parte dos livros de história e total falta de higiene no contato com os alimentos.

• Na sociedade contemporânea, a melhor forma de usufruir dos benefícios (conforto, praticidade, economia, segurança e qualidade de vida) a que todos temos direito é utilizar este ou qualquer outro produto de forma responsável, o que significa aplicar o conceito ambiental, reconhecido internacionalmente, dos 3R's: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

• A sacola plástica é 100% reciclável e, quando feita dentro de norma, mais resistente, pode e deve ser reutilizada – até mesmo para novas compras em supermercado - sem onerar o consumidor. Hoje, o Brasil conta com uma indústria de reciclagem de plásticos ociosa em mais de 30% uma vez que o país não conta com processos de coleta seletiva adequados para que menos materiais que podem ser reutilizados acabem nos lixões e aterros.

• Acreditamos que a população não pode ser penalizada – seja com cobranças extras, com a geração de novas despesas com sacos de lixo, ou mesmo com a perda e empregos na cadeia produtiva das sacolas plásticas (que hoje garante em São Paulo cerca de 6 mil empregos diretos).

• A saída está na educação e na responsabilidade compartilhada – indústria, varejo, população e governo fazendo sua parte para adequar a questão do consumo e do descarte.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Brasil reduziu 3,9 bilhões de sacolas plásticas em 3 anos

O Programa de Consumo Responsável de Sacolas Plásticas conseguiu reduzir 3,9 bilhões de unidades no Brasil, sem precisar proibi-las. Acompanhe a reportagem:

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Abief calcula gasto com sacola

Embalar lixo em plástico é recomendação dos órgãos de saúde do país. Alfredo Schmitt, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Flexíveis (Abief), calcula que o consumidor terá gasto médio mensal de, no mínimo, R$ 15 com o fim das sacolas plásticas nos supermercados, valor que será gasto na compra de sacos de lixo.

A indústria defende que o consumidor não seja penalizado desnecessariamente com cobranças extras pelas sacolas ou sacos de lixo. Defende, também, o combate ao desperdício a partir da educação: conscientização sobre o uso correto, reutilização e descarte responsável dos plásticos. Informou a Folha de S. Paulo.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Posicionamento da Indústria frente ao acordo Apas e Governo do Estado de São Paulo

• O Governo de São Paulo e a Associação Paulista de Supermercados (Apas) anunciaram um acordo com vistas ao banimento de sacolas plásticas no Estado até o final do ano. Segundo o anúncio, os supermercados deixarão de distribuir estas sacolas. No lugar, irão vender sacolas plásticas feitas de material biodegradável a R$ 0,19 e sacolas retornáveis (ráfia, algodão etc.). Também se comprometerão a disponibilizar caixas de papelão usadas.

• As sacolas plásticas são apontadas incorretamente como sendo causadoras de impacto ambiental, quando na verdade o problema não reside nelas e sim no desperdício e no descarte incorreto de uma parte das sacolas.

• Por isso, defendemos que o consumidor não seja penalizado desnecessariamente com cobranças extras pelas sacolas.

• Defendemos a livre escolha do consumidor sobre a melhor embalagem para cada finalidade.

• Defendemos o combate ao desperdício a partir da educação: conscientização sobre o uso correto, reutilização e descarte responsável dos plásticos.

• A sacola plástica é reutilizada pelo consumidor para acondicionar o lixo doméstico, assim como para outros tantos usos, o que representa higiene, economia e atitude ambientalmente responsável. Na falta dessa embalagem, o consumidor deverá comprar sacos de lixo? Embalar o lixo em plástico é uma recomendação dos órgãos de saúde do país, para que se evitem contaminações.

• Não há alternativas consistentes para substituir as sacolas plásticas. Econômicas, duráveis, resistentes, práticas, higiênicas e inertes, são reutilizáveis e 100% recicláveis. Pesquisa do Ibope confirma que 100% das sacolas plásticas são reutilizadas como saco de lixo, 71% constituem as embalagens preferidas da população para transportar suas compras e 75% das donas de casa são a favor do seu fornecimento pelo varejo.

• O casamento das sacolas plásticas com a preservação do meio ambiente pode ser observado no estudo encomendado pelo governo britânico sobre o impacto ambiental de diversos tipos de sacolas de supermercado. Este estudo mostrou que a sacolinha de plástico tem melhor desempenho ambiental em 8 das 9 categorias Avaliadas. Outro importante dado é que ela apresenta a menor geração de CO2 em seu processo produtivo, além de consumir menor quantidade de matéria-prima frente às outras opções.

• Assim, o Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas foi desenvolvido pela Plastivida, Instituto Nacional do Plástico (INP) e Associação Brasileira da indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), para envolver indústria, varejo e população na questão da responsabilidade. O Programa parte do princípio que é direito do consumidor escolher a melhor embalagem para carregar suas compras.

• O resultado dessa iniciativa tem sido notório: 4 bilhões de sacolas plásticas deixaram de ser consumidas de 2007 a 2010. Mesmo o Ministério do Meio Ambiente (MMA) acaba por reconhecer em seus números de redução do desperdício das sacolinhas que a maior parte dela foi obtida pelo nosso Programa: inovador, consistente e equilibrado.

• Presente em oito capitais (São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Goiânia, Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Florianópolis), o Programa segue em 2011 com o objetivo de alcançar e até mesmo ultrapassar a marca dos 30% de redução no uso de sacolas plásticas, marca que já foi ultrapassada, por exemplo, pelo Pão de Açúcar, com a implantação do Programa em suas lojas no Brasil.

• As entidades também lançaram em 2010 a Escola de Consumo Responsável, um projeto itinerante que tem levado os conceitos de uso responsável e descarte adequado dessas embalagens para todo o País.

• Perguntamos: deveríamos banir as sacolas ou promover ações em favor de seu uso responsável? Imagine se baníssemos tudo o que é moderno e que ao mesmo tempo tenha algum impacto ambiental. Voltaríamos aos primórdios, com baixa qualidade e baixa expectativa de vida e com epidemias que, atualmente, só fazem parte dos livros de história e total falta de higiene no contato com os alimentos.

• Na sociedade contemporânea, a melhor forma de usufruir dos benefícios (conforto, praticidade, economia, segurança e qualidade de vida) a que todos temos direito é utilizar este ou qualquer outro produto de forma responsável, o que significa aplicar o conceito ambiental, reconhecido internacionalmente, dos 3R's: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

• No caso das sacolas plásticas isso é possível quando estas são feitas com a qualidade exigida pela Norma Técnica ABNT NBR-14937. Sacolas mais resistentes inibem a prática de se colocar uma sacola dentro da outra para transportar produtos mais pesados ou utilizar somente a metade de sua capacidade.

• Essas sacolas mais resistentes também podem ser reutilizadas mais vezes em diversas aplicações como para guardar roupas, transportar objetos, guarda-chuvas, embalar todo tipo de produto, entre muitas outras. Ao final de sua vida útil, a destinação adequada das sacolas para a reciclagem ou para embalar o lixo doméstico - fator primordial para saúde pública - garante que elas não serão encontradas no meio ambiente.

• Quando se fala em preservação ambiental e consumo responsável, não se trata de uma ação isolada. Além da redução no desperdício e da reutilização, também abordamos a coleta seletiva e a reciclagem (mecânica e energética).

• A palavra biodegradável é sedutora – dá a entender que o plástico poderia ser descartado de qualquer forma que acabaria sumindo – o que não é verdade e deseduca a população. Ele não se biodegradará, pois no Brasil não existem usinas de compostagem.

• A biodegradabilidade também compromete irremediavelmente a reciclagem dos plásticos convencionais. Para que isso não aconteça, na hora do descarte, os plásticos biodegradáveis devem ser separados dos convencionais. Portanto, reforçamos que sem a educação da população a questão da preservação ambiental fica comprometida.

• A sacola plástica é 100% reciclável e, quando feita dentro de norma, mais resistente, pode e deve ser reutilizada – até mesmo para novas compras em supermercado - sem onerar o consumidor.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Miguel Bahiense: "O plástico é bom para o ambiente"

As notícias não são boas para os fabricantes de plástico. Na última semana, o governo do Estado de São Paulo recomendou às redes de varejo que deixem de distribuir sacolinhas até o fim do ano. Os consumidores terão de levar suas sacolas reutilizáveis de casa. Ou pagar R$ 0,19 por um saquinho biodegradável de amido de milho. Algumas cidades, como Belo Horizonte, transformaram essas medidas em lei. O movimento é visto com bons olhos pelos ativistas ambientais. Mas Miguel Bahiense, presidente do Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos (Plastivida), fundado por fabricantes como a Braskem, a Dow e a Petroquisa, quer mostrar que as sacolinhas plásticas podem ser amigas do meio ambiente.


ENTREVISTA - MIGUEL BAHIENSE

QUEM É
Miguel Bahiense nasceu em Salvador. Tem 38 anos. Diz que não é contra as ecobags (sacolas retornáveis), mas nunca teve uma


O QUE FAZ
É engenheiro químico e presidente de três entidades pró-plástico: Instituto do PVC, Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos (Plastivida) e Instituto Nacional do Plástico


ÉPOCA – O plástico virou o grande vilão ambiental. Como convencer os consumidores do contrário?
Miguel Bahiense – Os consumidores não escolheram abolir a sacola. Uma pesquisa do Ibope mostra que 75% das donas de casa preferem esse produto. Entretanto, elas são influenciadas por diversas pessoas. Desprovidas de argumentos científicos, elas o adotaram como o monstro dos problemas ambientais. São políticos que criam leis descabidas, jogadas de ecomarketing etc. As informações contra as sacolinhas terminam por chegar à população por meio da imprensa de forma equivocada.


ÉPOCA – O plástico vai parar em depósitos de lixo ou mesmo na natureza e leva milhares de anos para se decompor. Por que não evitá-lo?
Bahiense – O plástico não é um problema em si. Depende de como se usa. Ele é um material totalmente reciclável. A questão é usar o produto de forma eficiente. Cada sacola deve transportar o peso máximo estabelecido em norma. A depender do tipo de sacola, pode ser de 5, 6 ou 7 quilos. Se usarmos o máximo da capacidade de cada sacola, precisaremos de menor quantidade delas. O ponto-chave é a educação. Lançamos em 2008 um programa para a fabricação das sacolinhas dentro das normas, com um selo de garantia. O passo seguinte é treinar caixas e empacotadores. Em três anos, reduzimos 3,9 bilhões de sacolas no mercado. Estimamos reduzir mais 750 milhões em 2011.


ÉPOCA – Algumas redes de supermercado agora cobram pelas sacolinhas. É uma forma eficiente de induzir mudanças?
Bahiense – No Brasil, sempre é o consumidor quem paga a conta final. Algumas leis até obrigam a venda, e inclusive o tipo de sacola a ser usada. Acho que o consumidor tem o direito de escolher a forma que mais lhe convém. Determinar o tipo de sacola é uma agressão a esse direito de escolha. O consumidor fica mais prejudicado quando é obrigado a pagar. As chamadas ecobags são uma jogada de marketing. Ecobags são apenas sacolas retornáveis. Dentro desse conceito, posso chamar uma sacolinha comum de ecobag. Basta que eu a leve de volta ao supermercado.


ÉPOCA – Não seria melhor abolir as sacolinhas?
Bahiense – As sacolas fazem falta para embalar o lixo. Cerca de 65% do lixo urbano é resto de comida, material orgânico. E nunca o colocamos num minhocário (para virar adubo). As pessoas reutilizam as sacolas de supermercado para embalar o lixo doméstico. É a forma mais adequada de descartar o lixo, por evitar contaminações. É uma questão de saúde pública. Se as sacolinhas fossem banidas, teríamos de pensar algo do tipo “os meus saquinhos plásticos para pôr meu lixo estão acabando, vou ao supermercado comprar mais”. Para as pessoas de renda elevada, pode parecer insignificante. E a população de baixa renda? Ela passará a não ter mais sacola, pois não poderá pagar por elas e colocará o lixo em tonéis (de plásticos) em suas residências. Isso, certamente, causará sérios impactos ambientais, pois terá ao lado de sua casa ponto de atração para ratos e baratas, por exemplo, como acontecia anos atrás, antes de as sacolinhas aparecerem.


ÉPOCA – Como o plástico poderia ser bom?
Bahiense – Recentemente, a Agência Ambiental Britânica divulgou um estudo que compara as sacolinhas plásticas comuns com embalagens feitas com outros materiais, como papel, tecido, fibras naturais ou mesmo plástico mais rígido. Quem teve o melhor desempenho foi a sacolinha comum. Ela se sai melhor quando você considera outros itens. A fabricação e o uso das sacolinhas são o que menos emite gás carbônico, responsável pelas mudanças climáticas, um dos temas que mais aflige a comunidade científica mundial. O consumo energético para fazer vidro e alumínio é entre dez e 15 vezes maior que para fundir o plástico e transformá-lo num produto. Ele também leva vantagem no transporte. Como é mais leve, economiza combustível dos caminhões. Sua reciclagem também é um processo menos eletrointensivo. Em termos de emissão de carbono, o plástico sai na frente. O plástico é parte da solução ambiental.


"O plástico consome menos energia que o vidro e o alumínio
e emite menos gases responsáveis pelas mudanças climáticas"


ÉPOCA – Mas a pesquisa britânica diz que a sacola retornável será melhor se as pessoas a usarem várias vezes.
Bahiense – Sem dúvida. O estudo comprova que a ecobag não é usada. Mas as sacolinhas são. Para o lixo, para guardar sapato etc.


ÉPOCA – Há uma confusão enorme entre os tipos de plástico: o “verde” de cana, o biodegradável de milho e o oxibiodegradável. Qual é melhor para o ambiente?
Bahiense – O plástico verde usa a cana-de-açúcar, recurso renovável, como matéria-prima. Fabrica-se assim um plástico comum, com o mesmo desempenho e características de um plástico derivado do petróleo. Mas ele tem a vantagem de retirar gás carbônico da atmosfera durante a fabricação. Quando a cana-de-açúcar cresce, ela tira gás carbônico do ar pela fotossíntese. Esse carbono vira o plástico. O oxibiodegradável é o plástico comum, independentemente da matéria-prima usada, que recebe um aditivo que o torna degradável. Essa degradação é a fragmentação do plástico. Já o biodegradável de milho usa uma matéria-prima renovável que origina um plástico com a propriedade de biodegradação. A definição de biodegradação é a decomposição de um produto por meio da ação de micro-organismos em um prazo máximo de 180 dias e em condições predeterminadas como luz, temperatura, acidez, umidade etc.


ÉPOCA – O plástico oxibiodegradável não é biodegradável. Só vira pó. Por que alguns fabricantes dizem que ele seria melhor para o ambiente?
Bahiense – Sem entrar no mérito do que é mais ou menos prejudicial ao meio ambiente, a propaganda enganosa, sem dúvida, depõe contra o setor. A concorrência leva empresas transformadoras a uma prática de canibalismo de falar mal do outro tipo de plástico, o que gera mais confusão. O consumidor não pode ser alvo de propaganda enganosa porque a mentira tira dele o poder de escolher o que melhor lhe convém.


ÉPOCA – O plástico biodegradável é importado dos Estados Unidos. Por que não o fabricamos aqui?
Bahiense – O plástico de milho ainda não é sustentável pelo preço. Por isso, ele não tem escala comercial. Sustentabilidade não é apenas meio ambiente. Os aspectos social e econômico têm igual peso na avaliação do que é “mais sustentável” .