Moradores de Belo Horizonte se manifestaram no jornal Estado de Minas sobre a retirada das sacolas plásticas do comércio da capital mineira. Confira os depoimentos e mande sua opinião!
INDIGNAÇÃO CONTINUA
Estao de Minas Online - WEB - 23/05/11
Retirada das sacolas de plástico do comércio continua irritando
Nem na época em que o pão subiu de preço a revolta foi tão forte quanto agora, nessa história de acabar com os sacos plásticos. Os e-mails chegam aos montes, num protesto coletivo que tem vários ângulos. Vale indignar-se junto com os leitores. O que eu faço cada vez que entro numa padaria, por exemplo, e esqueci as sacolas. Para evitar ficar com raiva por miudezas, mantenho agora uma coleção de sacolas no carro. Vamos aos protestos:
“Lendo a seção ‘Cartas à redação’ de 16/5/11, fiquei satisfeita com os comentários sobre a desastrada lei proibindo as sacolas plásticas em BH. Desde o anúncio da referida lei comecei a tentar entender qual o propósito dela, que, logicamente, não é o tão falado cuidado com o meio ambiente. Que cuidado é esse que apenas troca o uso das sacolas oferecidas gratuitamente pelos comerciantes, desde muito tempo destinadas a descarte de lixo doméstico, pelos sacos de lixo compostos do mesmo plástico, porém vendidos a preço desmedido? Porque os supermercados e demais comerciantes que antes forneciam as embalagens gratuitamente foram generosamente agraciados com mais um item de lucro? Cuidar do meio ambiente é dever de todos, mas lograr a opinião pública com essa conversa de que as sacolas seriam responsáveis pela degradação ambiental é se esquecer de que o plástico é uma conquista moderna, que deveria sim ter seu uso consciente, assim como não devemos descartar as sacolas rua afora, também as garrafas PET, os sacos dos biscoitos e salgadinhos, as pilhas e baterias de celulares, etc. Educar para o uso racional sim, obrigar o povo a arcar com a compra de embalagens novas é um absurdo. O povo tem sido frequentemente enganado, e essa é mais uma armadilha para pegar incautos. Mas como sempre alguém está lucrando e muito com isso. Decididamente não é a população” (Alvina Maciel Pimentel Barbosa).
OUTRO “Cara Anna Marina, acabei de ler sua coluna e me coloco ao lado das duas leitoras que você retratou. Gostaria de também opinar porque me sinto da mesma maneira. Como ser contra a defesa do planeta? Como deixar de fazer a ‘coleta seletiva’? Mas como fazer com as compras que estão a cada dia mais caras e sem as embalagens oxibioqualquer coisa para carregá-las ou o seu desconto correspondente no caso de levar minhas próprias embalagens? Onde deixar as embalagens lavadas e secas que trato na cozinha da minha casa se no bairro onde moro – Funcionários, cujo IPTU é um dos mais altos da cidade – sofremos com a falta da coleta seletiva e ainda temos que conviver com a água que escorre dos prédios e casas pelos cantos de todas as ruas do bairro dia e noite sem que as autoridades façam qualquer coisa para proteger o planeta, a água desperdiçada e eliminar as poças d’água que ficam por aí atraindo o mosquito da dengue e outros mais?
Como conviver com o cocô dos cachorros nos passeios e que acabam nos nossos sapatos e nas nossas casas sem que nenhuma campanha oficial nos ajude nas nossas ações individuais de conscientização da população? Estamos cansados de ser penalizados por todos os que não fazem sua parte, inclusive nossos governantes, que fazem as leis e nos empurram goela abaixo, nos deixando sujeitos aos desejos de lucros dos vendedores, cada vez mais gananciosos. Você, sem dúvida já viu o preço das sacolinhas recicláveis e retornáveis nas lojas da cidade, não deixando de considerar uma única iniciativa da Nestlé- Verdemar- Ronaldo Fraga para estimular o uso das sacolinhas retornáveis. Onde foi parar a economia no preço das sacolas que não retornou aos contribuintes e consumidores em forma de propaganda ou incentivo? Que lei é essa que só protege os donos de negócios dizendo que estão protegendo o planeta se a medida mínima de coleta seletiva não foi implementada?
Não! Chega!
Precisamos das vozes de vocês que detêm instrumentos de divulgação e que podem de fato imprimir nossa contrariedade com tanta falta de ação para de fato criar educação e consciência de preservação do planeta e da vida. Mas as ações de educação precisam vir primeiro. Onde estão os centros de coleta? Quando a coleta seletiva em todos os bairros? Quando a coleta de lixo em todos os bairros? Quando e onde o dinheiro economizado pelos comerciantes está voltando para a comunidade? Aí sim faremos a nossa parte satisfeitos e sem nos sentirmos parte de uma ‘enrolação’, de uma farsa ecológica.
Obrigada por ser porta-voz de nossos desejos de um planeta melhor e mais justo, e por um conjunto de ações para implementarmos, juntos, essa ideia” (Heliana Foureaux).
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