quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

As sacolas plásticas que você não usa mais podem virar madeira plástica.


“Madeira plástica'' ganha espaço no mercado
Valor Econômico – 30/01/2014

Ao utilizar matéria-prima reciclada, evitando o despejo de resíduos em aterros e lixões, a chamada "madeira plástica" ganhou sofisticação tecnológica e rompeu barreiras culturais para se fixar como alternativa na construção civil. "As dificuldades com a madeira tradicional, em função dos custos e exigências de certificações ambientais, abriram o nosso caminho", conta Gabriela Borges, gerente da Ecoblock, fabricante de perfis para decks de piscina, assoalhos e outras aplicações. Imune à ação de cupins, o material contém fibras vegetais, como casca de coco e arroz, e sucata de plástico adquirida junto a indústrias e cooperativas de catadores, no total de 500 toneladas por mês. De acordo com Gabriela, o novo mercado cresce entre 30% e 40% ao ano, tendo a durabilidade e facilidade de manutenção como principais fatores de venda. O preço, 20% superior ao da madeira comum, se equipara ao da madeira convencional com selo de certificação.

No caso da Wisewood, de Itatiba (SP), o foco do material reciclado é a alta resistência, como dormentes para ferrovias, tradicionalmente fabricados com madeira de lei e, mais recentemente, também com eucalipto. "Com plástico misturado à fibra de vidro e outros componentes, o dormente pode ser adaptado às necessidades de cada ferrovia", informa Bruno Igel, diretor administrativo. Para ele, ao contrário da madeira natural, "a disponibilidade de matéria-prima oriunda do lixo cresce proporcionalmente ao aumento da renda e do consumo da população". Com tecnologia do Instituto de Macromoléculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foram até o momento produzidas 200 mil unidades, vendidas principalmente para a MRS, concessionária que opera 2 mil km de linhas férreas no país. O material é também empregado pela empresa na fabricação de mourões para cercas de fazendas e cruzetas de postes da rede elétrica.


Nos Estados Unidos, maior produtor global, o mercado de madeira plástica gira em torno de US$ 5,2 bilhões por ano, com usos que já incluem janelas, bancos, telhas e lâminas para substituir a madeira compensada, além de pisos com padronagens que imitam o produto natural. O insumo reciclado contribui para a redução de emissões de carbono e, devido a isso, sua utilização no lugar da madeira tradicional é positiva para o meio ambiente. No entanto, de acordo com especialistas, o mesmo não se pode afirmar a respeito de outros materiais associados a alto consumo energético ou poluição. Estudos comparativos complexos e dependem de vários fatores, mas uma pesquisa recente divulgada por uma universidade britânica concluiu que o desempenho da madeira na construção civil supera em até dez vezes o do cimento e do aço em economia de energia e gases do efeito estufa.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Designers de Jaraguá do Sul estudam as possibilidades do plástico pós-consumo- Notícia do Diario Catarinense

Designers de Jaraguá do Sul estudam as possibilidades do plástico pós-consumo Cristiano Santos/Agencia RBS
A dupla catarinense recicla, principalmente, sacolas de supermercadoFoto: Cristiano Santos / Agencia RBS


Adriane Socreppa e Flávia Vanelli apresentaram a Ratorói no Inspiramais, em São Paulo

Uma dupla de designers catarinenses, de Jaraguá do Sul, fez sucesso na 9ª edição do Inspiramais, realizado em São Paulo. Adriane Socreppa e Flávia Vanelli respondem pela Ratorói, marca que desde 2009 estuda as possibilidades de aplicação do plástico pós-consumo. As sacolas de supermercado, por exemplo, são as mais usadas no processo.

Foto: Fran Jung/Divulgação

– São lâminas que podem ser utilizadas industrialmente para a criação de elementos de moda e design: acessórios, calçados, móveis, utensílios e objetos para decoração
– esclarece Flávia.

>> A nacionalidade como referência para o verão 2015

A participação no salão paulista veio através de um convite de Ilse Guimarães, da Assintecal. Jornalistas e empresários de outros países, com forte presença no evento, ficaram encantados com o trabalho das catarinenses. 

Foto: Fran Jung/Divulgação

Para produzir as lâminas, o material percorre o caminho sustentável das eco-indústrias. São resíduos que vêm do excedente da indústria ou do descarte pós-consumo. 

Os plásticos são triados pela Associação Jaraguaense de Recicladores do Vale do Itapocu para, em seguida, serem transformados em pedaços que passam por um processo de pressão e calor e se fundem transformando-se em uma lâmina sólida.
O repórter viajou a convite da organização do Inspiramais.