O vice-presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado do Rio de Janeiro, Marcelo Oazen, critica a forma com que os políticos e pessoas desinformadas falam sobre o uso de sacolas plásticas.
Considerada vilã do meio ambiente, a sacola plástica, segundo ele, atua na natureza de forma inversa do que vem sendo apregoado. - Existem diversos termoplásticos extraídos do petróleo utilizados no dia-a-dia (polietileno, poliestireno, polipropileno, PVC, PET e policarbononato). Como petróleo, estes materiais são energia e, por isso, devem ser reciclados.
Todos podem ficar na natureza indefinidamente, sem magoá-la, até que alguém os recolha e reutilize-os - disse, acrescentando que, no caso das garrafas PET, elas “já foram consideradas uma desgraça para o meio ambiente”, bem como as latinhas de refrigerante, está cada vez mais difícil encontrá-las nos mangues.
Ainda segundo ele, “esta nova realidade se dá porque tornou-se vantajoso para a população de baixa renda fazer o recolhimento das PETs, vendendo-as a R$ 2 o quilo para empresas recicladoras, que as limpa, mói e granula, devolvendo para os fabricantes de embalagens, que a este material reciclado, adicionam a matéria-prima virgem, diminuindo o custo de fabricação das novas embalagens”.
Marcelo Oazen, que também é diretor da Plastlab Indústria e Comercio, explicou que o ambiente (local) onde estas garrafas estavam descartadas não sofreu absolutamente nada. Sem ácidos, óxidos, chorume ou qualquer outro material danoso. E, em relação às sacolas plásticas, ele imagina o quanto seria difícil a ausência das mesmas na vida doméstica”. - As famílias as reutilizam para ensacar o lixo diário na coleta pública. Isto é uma prática normal incorporada ao cotidiano e muito boa para a natureza - disse, acrescentando que o lixo é formado, na sua maioria, de sobras de carnes, vegetais, legumes e frutas: “este saco fica esperando a coleta pelo menos 24h, tempo suficiente para que se transforme em um caldo chamado chorume (material líquido extremamente fedorento e ácido, com alto potencial poluidor)”.
Marcelo fez questão de ressaltar que a mesma sacola que está sendo satanizada por ser descartada inadequadamente, na verdade, é, talvez, uma das maiores protetoras do meio ambiente. - O peso específico do polietileno é menor que o da água. Por isso, a sacola não afunda para conviver no fundo dos rios, lagoas e praias ao lado dos sofás, automóveis, geladeiras, cacos de vidro, etc... Contudo, o que a população enxerga é a sacola boiando, que devido à falta de informação, ainda é descartada, ao invés de reutilizada e/ou reciclada.
Solução - O diretor da Plastlab Indústria e Comércio, Marcelo Oazen, frisou que em diversos países, a solução encontrada foi a construção de “usinas verdes”, que queimam todo o lixo, com segurança, gerando energia. No entanto, diz, o lixo precisa ter, no mínimo, 17 % do volume de termoplásticos para que a queima seja completa. - Aí, temos outra forma de mostrar que a sacolinha é amiga do meio ambiente. Estas usinas não produzem agentes poluidores. Seus filtros permitem apenas a passagem do vapor d’água. Estamos em um país onde os industriais têm mentalidade de reduzir, reutilizar e reciclar. Isto é energia. Não devemos descartá-la sem necessidade. Usemos, no futuro, para a queima do lixo, apenas os 17 % de plástico tão sujo que seja muito caro seu reciclo. Nestes materiais estão incluídos a sacolinha com o lixo, copos, canudos, pratos e talheres plásticos descartáveis, fraldas e material plástico hospitalar.
Via: Monitor Mercantil
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