terça-feira, 19 de junho de 2012

Plásticos se mobilizam pela sacolinha


Desde o banimento da distribuição gratuita de sacolas plásticas descartáveis nos supermercados, as empresas fabricantes deste artigo na região de Jundiaí dispensaram 800 funcionários. Esse é apenas um dos pilares do movimento realizado em todo o Estado através de sindicatos, federações e instituições representativas da classe e de consumidores para que o acordo feito entre a Associação Paulista de Supermercados (Apas) e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, para banir a distribuição das sacolas, seja repensado.

Por não existir em forma de lei, a proibição, na opinião dos representantes do segmento plástico, lesa o consumidor. Segundo o presidente do Sindicato dos Plásticos de Jundiaí, João Henrique dos Santos, a região foi bastante afetada pela medida. Várias empresas tiveram de reduzir a folha de pagamento por causa da queda nas vendas. Não existe como modificar uma máquina extrusora fabricante de sacola para que passe a fabricar sacos de lixo. É um processo demorado e as empresas que tinham fabricação exclusiva foram as mais prejudicadas, comenta.

Segundo o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo, Sergio Luiz Leite, em todo o Estado a estimativa de dispensas é de 1,5 mil vagas no segmento. O banimento da distribuição das sacolinhas plásticas nos supermercados é um sinal de alerta para o segmento.

Além do aumento do número de desempregados, o fator ambiental pregado pela campanha Vamos tirar o planeta do sufoco, da Apas, é ponto contraditório, na opinião de Miguel Bahiense Neto, presidente do Instituto Socioambiental dos Plásticos - Plastivida. O instituto encomendou uma pesquisa ao Datafolha para ter dados sobre a situação nos supermercados após a proibição da entrega das sacolas descartáveis. Segundo a pesquisa, 69% dos entrevistados querem o retorno da gratuidade do artigo.

E o custo da embalagem, que é embutido em todos os produtos, não foi repassado ao consumidor como desconto, na opinião de 75% dos entrevistados, sendo que, 23% ainda identificaram aumento nos preços dos produtos nos supermercados. Isso sem contar que a sacolinha plástica é feita da mesma substância que o saco de lixo, artigo que teve aumento de mais de 200% no preço por causa do aumento na demanda, explica. Na opinião de Bahiense Neto, o banimento não traz a educação para o consumo consciente.

Lei - O deputado estadual Major Olímpio Gomes esteve em Jundiaí, ontem, para um encontro do segmento no Clube Atlético Ipiranga. Ele é o autor do Projeto de Lei que tramita na Assembleia Legislativa (PL 235) para obrigar a distribuição das sacolas por parte dos comércios. É defesa da pessoa humana. Tenho recebido reclamações de pessoas falando que perderam a privacidade porque levam os produtos sem embalagem para casa, aponta.

Via: Jornal de Jundiaí

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