Entidade desaprova fim da distribuição de sacolas plásticas no varejo, como estabelecido em outros estados*
Os supermercadistas gaúchos consideram prematura a eliminação de sacolas plásticas do varejo, adotada em estados brasileiros como São Paulo e Minas Gerais. A afirmação é do presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS), que realizará, no dia 11de abril, a segunda edição do “Fórum Agas das sacolas plásticas: problema ou solução?”, reunindo ambientalistas, especialistas consumidores, varejo, indústria e autoridades para debater os reais impactos do uso dos sacos plásticos no varejo e a criação de alternativas e de campanhas de redução do consumo das sacolas.
Agas defende alternativas - Segundo Antônio Longo, há três anos a AGAS implantou um programa de redução da distribuição das sacolas nos supermercados gaúchos, através da conscientização dos consumidores, do treinamento de empacotadores e do fortalecimento do material das sacolinhas usadas. “O consumo caiu 20% no período, e pode diminuir ainda mais. Atualmente, os supermercados gaúchos gastam R$ 190 milhões por ano na aquisição de 1,5 bilhão de sacos plásticos fornecidos aos consumidores”, calcula.
“O que não consideramos prudente é a adoção de um único modelo como oideal, beneficiando uma ou outra grande multinacional que produz com exclusividade um determinado tipo de produto, que sequer tem sua eficácia na preservação ambiental comprovada e que é economicamente inviável”, alerta Longo, que é contrário à vilanização da sacola plástica. “Se eliminarmos a distribuição das sacolas tradicionais, cada família gaúcha será onerada em média em R$ 15 para a aquisição de sacos de lixo. Na prática, estaremos mudando a cor do lixo, de branco para azul ou preto”, entende o supermercadista.
Divisão de responsabilidades - A intenção do presidente da AGAS, ao propor o fórum, é congregar todas as partes envolvidas no processo para esclarecer as responsabilidades. “O problema é estrutural e este é um trabalho que deve ser feito a quatro mãos, com varejo, indústria, poder público e consumidores. É importante, por exemplo, profissionalizar as cooperativas de trabalhadores, agregando valor aos plásticos através do beneficiamento. O plástico tem o mesmo poder calorífico do diesel”, exemplifica Longo. Segundo ele, esta é uma questão que envolve não apenas os supermercados, como outros segmentos do varejo. “Conclamaremos a participação de todas as entidades de classe do comércio”, antecipa Longo.
Estudos da Agas mostram que 65% das sacolas plásticas ainda saem dos caixas sem ter sua capacidade total utilizada, e que 13% dos gaúchos levam sacolas extras para outras utilizações em casa.
Gaúchos não querem fim dos sacos plásticos – Uma pesquisa encomendada pela AGAS ao Instituto Segmento em julho do ano passado mostrou que 81,1% dos consumidores se posicionam contra a proibição do uso das sacolas plásticas no Rio Grande do Sul. A posição foi endossada em fevereiro passado, quando o Movimento das Donas de Casa procurou a associação supermercadista para reivindicar a continuidade da distribuição gratuita de sacolas plásticas no varejo gaúcho.
O Fórum das Sacolas - Marcada para as 13h30 do dia 11 de abril, a segunda edição do “Fórum Agas das sacolas plásticas: problema ou solução?” vai reunir o biólogo Jackson Muller, da Unisinos, o engenheiro químico Eduardo McMannis Torres, a advogada com especialização em direito ambiental Marília do Nascimento, representantes do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério Público do Estado. Além disso, contará com supermercadistas de todo o Brasil, o presidente da Associação Brasileira de Supermercados, Sussumu Honda, e prefeitos, secretários, vereadores e deputados de todo o Estado. “Traremos cases de sucesso de municípios gaúchos que são exemplo em coleta seletiva e destinação do lixo”, antecipa Longo. O encontro será no Hotel Deville, em Porto Alegre.
Via: Super Sul
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