segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

As sacolas plásticas e nossas vovós

Por: Luiz Roberto Peres - Engenheiro, pós-graduado em Engenharia de Saneamento.

Parece que com a proibição da utilização de sacolas plásticas fornecidas pelos supermercados do Estado de São Paulo estaremos voltando ou regredindo ao tempo das nossas vovós, que faziam suas compras nas vendas e empórios utilizando-se das sacolas de panos, palha ou de bambu. Estávamos, entretanto, vivendo os anos 40, 50 e 60, onde tudo era mais suave, confortável e dispúnhamos de maior tempo livre. Proibir a utilização de sacolas plásticas em pleno 2012 é a grande incoerência destes tempos modernos em que vivemos. O planeta não sai do sufoco com proibições esdrúxulas como esta, mas sim através de processos de educação ambiental, permanente.

Daqui a alguns meses será proibido o uso de papel higiênico. Os eco-xiitas irão propor substitui-lo por folhas de plantas vegetais na higiene pessoal nos banheiros das residências. Proibir embalagens plásticas do leite pasteurizado, substituindo por garrafas de vidro, ressuscitando as velhas leiterias que vendiam leite cru in natura a granel sem qualquer procedimento higiênico. E outras proibições virão certamente. As primeiras vítimas serão as donas de casa que perdem as sacolas como alternativa para embalar o lixo doméstico. Os supermercadistas a curto prazo terão enormes dificuldades em manter estoques de caixas de papelão (contaminadas certamente) para atender a clientela. As sacolas biodegradáveis vendidas à R$0,19 serão inúteis pois não existe sistema de compostagem orgânica no país capaz de degradá-las. A pessoa sem veículo próprio, compra 2 ou 3 itens e sai carregando feliz da vida uma incomoda caixa de papelão? A solução da APAS em acordo com os municípios não tem força de lei. Por isto o Tribunal de Justiça suspendeu as proibições nas cidades de Rio Preto e Jacareí. As decisões cabem ao Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) ligado ao Ministério do Meio Ambiente, que é o orgão consultivo e deliberativo de toda legislação no território nacional. O Brasil caminha no sentido de abandonar definitivamente os aterros de resíduos sólidos, substituindo-os por usinas incineradoras produtoras de energia elétrica limpa. Enquanto isso não ocorre, as sacolas, garrafas pets e demais resíduos devem sim serem depositados em aterros apropriados.

A natureza é pródiga em responder às agressões. Ela defende-se sozinha. Vejam o caso do recente vazamento do poço da British Petroleum, no Golfo do México. Os eco-xiitas mundiais esbravejaram que levaríamos ao menos 50 anos para limpar toda a contaminação. A realidade mostrou que em apenas 5 meses, as bactérias e fungos marinhos se alimentaram intensamente do petróleo e seu sais ali vazados, limpando totalmente aquela região do planeta. Devemos cruzar os braços e assistir todas estas agressões ao meio ambiente? Claro que não. Temos que ter posturas sérias de ações reais contra a degradação ambiental e recuperação de áreas degradadas atuais. Não perder tempo com cantilenas de aquecimento global e sufoco planetário. Que aquecimento é este onde as temperaturas médias dos oceanos nos últimos 15 anos diminuíram 5 graus célsius? E os engodos do bug do milênio, camada de ozônio, derretimento das calotas polares e agora das sacolinhas plásticas? A quem interessa estas inverdades cientificas? Afinal, os custos das sacolinhas estavam embutidas nos preços finais dos produtos? Enfim, nós consumidores vamos arcar com mais um custo ou gasto provocado por lobbies e “paladinos” da ecologia.


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