Será que o carro do futuro vai ser movido a lixo? E a energia que ilumina as casas, será que isso vai se transformar em riqueza?
Quando as luzes se acendem, no fim da tarde, os moradores de Fairfax, no estado americano da Virginia, estão, de certa forma, contribuindo com a limpeza das ruas. O lixo de um milhão de pessoas vai todo para uma usina. A energia é suficiente para abastecer 80 mil casas, 20% da população.
Cerca de 15 mil toneladas de lixo: parece uma imagem do fim dos tempos, ou um cenário de destruição. Mas, acredite! Estamos diante de uma imagem do futuro. Todo esse lixo está prestes a virar energia elétrica.
Restos de comida, eletrônicos, plástico, tudo que não presta arde num inferno a mais de 1000ºC. Os gases tóxicos que sobram depois da queima do lixo são filtrados, e só uma quantidade mínima sai pela chaminé.
Eles não mostram, mas 10% do lixo que entra na usina saem daqui em forma de cinzas e vão para um aterro. Ainda assim, o diretor de sustentabilidade, Paul Gilman, diz que a usina de lixo polui muito menos que as termoelétricas que usam gás ou carvão.
"No futuro reciclaremos muito mais", ele diz. "E se aproveitarmos tudo que sobra, quatro ou cinco por cento da energia do país poderão ser produzidos a partir de lixo".
A meta do governo para 2030 é que o lixo seja a fonte de 20% do combustível dos automóveis. Isso mesmo. Em breve, até os nossos carros poderão ser movidos a lixo.
Lembra do filme "De Volta Para o Futuro"? Doc, o inventor, coloca lixo num equipamento apelidado de Mister Fusion e o carro sai voando em direção ao futuro. E não é que engenheiros da Califórnia estão viajando na mesma direção?
O nome da tecnologia é gaseificação. Um forno colocado na mala do carro queima o lixo sólido e extrai dele o máximo possível de vapor. O gás percorre os tubos e quando chega ao carburador tem o mesmo efeito da gasolina ou de qualquer outro combustível.
Agora que eles já resolveram os problemas mecânicos, fizeram os ajustes finos no computador e na parte de trás, a eletrônica do carro, a gente está pronto para dar a partida no veículo. Com o maçarico, acende-se o gaseificador e pode colocar o combustível, que na verdade é lixo. Aqui são cascas de nozes, que não serviriam para nada.
Depois de algumas tentativas, o carro vai que é uma beleza. O que sobra depois da queima do combustível é carbono em estado sólido. De acordo com pesquisas científicas, um ótimo fertilizante.
"Esse carvão, chamado de terra preta, é muito rico em nutrientes", explica Tom Price, um dos coordenadores do projeto. "Continuamos obtendo energia, mas ela é limpa e renovável, ajudando a melhorar as condições climáticas."
Como a gente vê, ainda é um experimento bastante complicado. Mas os inventores prometem que em breve vai ser tudo muito mais compacto e fácil de usar.
Fonte: Programa Fantástico, exibido aos domingos na Rede Globo.
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