O trabalho começa com a organização popular de catadores por meio de cooperativas, depois há a recuperação do meio ambiente com a retirada de material que iria para o lixo, como as garrafas pet, e finalmente o ciclo termina com a concepção de um conhecimento para a reutilização desse material por meio da produção de um filme plástico que serve hoje para fazer cadernos e livros, chamado de papel plástico. A vantagem do material feito com plástico é que ele não molha, não rasga e com o tempo não fica com o aspecto "amarelado".
Livro feito com plástico reciclado
Esse é o ciclo completo de uma atividade de extensão da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) para o reaproveitamento do material plástico. O exemplo foi utilizado no 35º Encontro do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidade Públicas Brasileiras da Regional Sudeste - Forproex Sudeste 2010, realizado na última semana na UFSCar.
De acordo com Regina Henriques, coordenadora do Forproex Sudeste e professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, esse encontro da regional colabora com a articulação entre as instituições, com a construção de projetos comuns e diretrizes políticas da extensão universitária. "Quando nos encontramos regionalmente levantamos o trabalho que é desenvolvido em cada uma das Universidades e isso contribui para que possamos fazer o mapeamento dos trabalhos de extensão, apontar quais são os desafios e que estratégias nós devemos adotar", aponta Regina.
O encontro na UFSCar contou com representantes de 23 instituições de Ensino Superior, priorizando três áreas temáticas: Cultura; Meio Ambiente; e Tecnologia e Inovação. Segundo Marina Palhares, Pró-Reitora de Extensão da UFSCar, o evento torna possível trocar experiências sobre práticas de sucesso com outras Universidades. Palhares relata que, durante o Forproex, a UFSCar exemplificou o sucesso de um de seus projetos de extensão – a Orquestra Experimental –, que a partir de seus trabalhos motivou a criação do curso de graduação em Música.
Mesmo que as Universidades devam ter o ensino, a extensão e a pesquisa indissociáveis, Romário Geraldo, Pró-Reitor de Extensão da Universidade Federal de Juiz de Fora, afirma que é nítido no mundo acadêmico que a extensão ainda é pouco considerada. No entanto, Romário acredita que não dá mais para ter um ensino ou uma pesquisa que não estejam relacionados com a gerarção de produtos e serviços para o bem da sociedade. Nesse contexto, a representante da UERJ acrescenta que um ponto muito importante é discutir os recursos financeiros destinados a extensão, pois, diferentemente da pesquisa, a extensão não possui uma agência de fomento própria e as atividades são realizadas com recursos escassos.
Com o debate estabelecido durante o evento os representantes levantaram pontos a serem tratados no próximo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão, que acontece entre os dias 30 de junho e 2 de julho, em Fortaleza (CE). O objetivo principal é fortalecer a possibilidade de construção de uma Universidade democrática, mais justa e que atenda os interesses da população brasileira.
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