quarta-feira, 26 de maio de 2010

Confira abaixo o artigo sobre “Reciclagem energética” - um processo 100% limpo q transforma o lixo em energia! Reduza as sacolas plásticas!


Reciclagem energética é fundamental e deverá gerar novos empregos
 

                    FRANCISCO DE ASSIS ESMERALDO


Em todo o mundo, tem crescido a Reciclagem Energética, em unidades industriais que utilizam processos limpos de transformação dos resíduos urbanos (lixo) em energia elétrica ou térmica. No Brasil, ainda há resistência na adoção dessa prática, por acharem que ela substituiria a coleta seletiva e a reciclagem mecânica dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), levando à perda dos postos de trabalho. Nada mais equivocado.

Tal temor, embora legítimo, é desprovido de fundamento técnico, logístico e operacional, uma vez que a Reciclagem Energética não substitui a reciclagem mecânica. Complementa-a e, mais importante ainda, gera novos empregos.

Os RSU estão entre as fontes geradoras de gases de efeito estufa. Atualmente, eles respondem por 3% das emissões do mundo e 1% daquelas do Brasil. Adicionalmente, expõem a população a problemas de saúde, principalmente pela destinação incorreta aos lixões e não a aterros sanitários, como deve ser feito. Nas grandes metrópoles do país, há outro problema: o esgotamento dos espaços dos atuais aterros e a falta de terrenos para a construção de novos.

Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais - ABRELPE – o Brasil gera 57,0 milhões de toneladas de lixo urbano. Desse total, 50,2 milhões toneladas são coletadas, ou seja, cerca de 6,8 milhões de toneladas de lixo urbano têm destino incerto. Do lixo urbano coletado, cerca de 28,5% milhões de toneladas vão para aterros sanitários e 21,7% para os lixões.
O problema é agravado com a insuficiência de coleta seletiva, procedimento pelo qual os resíduos recicláveis são separados dos demais componentes do lixo urbano. Consequência desta insuficiência: mais emissões de CO2 e esgotamento mais rápido da capacidade dos depósitos de lixo.

Outros países, alguns bem menores que o Brasil, conseguiram resolver esse problema com ações integradas e soluções completas. Além de estimularem a coleta seletiva, a reciclagem mecânica e correta destinação final dos resíduos, desenvolveram tecnologia para realizar a recuperação energética em processos limpos.

No tratamento dos resíduos sólidos urbanos, a coleta seletiva e sua consequente reciclagem mecânica, constitui-se na prioridade N° 1, uma vez que esse processo gera emprego e renda para os catadores e para mão-de-obra dos recicladores, ambos intensivos em mão-de-obra.

Esta solução já é uma realidade em vários países desenvolvidos e emergentes. Neles, cerca de 150 milhões de toneladas/ano de lixo são destinadas a mais de 850 usinas de geração de energia, todas perfeitamente adequadas às mais rígidas normas ambientais. Isso porque depois de separados, os resíduos são combinados para melhorar a eficiência no processo e assim incrementar a geração energética por meio dos gases resultantes que produzem o vapor que aciona o turbo gerador de energia térmica ou elétrica. O rejeito é utilizado na fabricação de material de construção, como telhas e tijolos. Os gases extraídos da caldeira são neutralizados em circuito fechado e, já limpos, lançados na atmosfera.

Os resíduos destinados à reciclagem energética são apenas aqueles que não se prestam à reciclagem mecânica, como restos orgânicos, tecidos, fraldas descartáveis usadas etc. Portanto, a prioridade é, não só manter, como também expandir a coleta seletiva e a reciclagem mecânica dos resíduos recicláveis, o que vai assegurar a manutenção dos postos de trabalho dos catadores.

Os resíduos plásticos que já não puderem ser reciclados são indispensáveis na reciclagem energética, porque promovem a combustão, substituindo o óleo diesel ou óleo combustível. Isso significa menos necessidade de combustível fóssil e mais uma reutilização de embalagens plásticas, estando aí incluídas as sacolas plásticas que usamos para descartar o lixo doméstico – um ganho fundamental para a sustentabilidade.

Agora, só falta vencer preconceitos construídos sobre as antigas e ultrapassadas usinas de incineração de lixo e implementar esse projeto nos municípios que precisam resolver os graves problemas dos resíduos urbanos.

Para tanto, a Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza e Resíduos Especiais e a Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos firmaram um Acordo de Cooperação e iniciaram estudos sobre a viabilidade econômica, tecnológica e regulatória da instalação de usinas de reciclagem energética no país, principalmente nos municípios que já não têm espaço para a destinação do seu lixo.

A ideia é integrar a produção de energia gerada a partir da reciclagem do lixo urbano na matriz energética brasileira. A reciclagem energética é uma iniciativa pioneira necessária, urgente e indispensável e que se apresenta como uma alternativa para resolver o problema do lixo urbano no Brasil, até porque essa tecnologia vem sendo largamente usada no mundo todo. Vamos investir nessa solução.

Francisco de Assis Esmeraldo é engº químico, presidente da Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos, membro do Conselho Superior de Meio Ambiente da FIESP, do Conselho Empresarial de Meio Ambiente da FIRJAN (RJ), do Conselho Executivo da Associação Brasileira de Embalagens (ABRE) e do Conselho de Administração do Instituto do PVC.


Francisco de Assis Esmeraldo é engº químico, presidente da Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos, membro do Conselho Superior de Meio Ambiente da FIESP, do Conselho Empresarial de Meio Ambiente da FIRJAN (RJ), do Conselho Executivo da Associação Brasileira de Embalagens (ABRE) e do Conselho de Administração do Instituto do PVC.


Não perca: Seminário Internacional de Tecnologia e Gestão de Resíduos Sólidos será realizado a partir de hoje, no Rio de Janeiro. Reciclagem Energética - um processo 100% limpo que transforma o lixo em energia

Mais de 30 países, como Alemanha e Japão, já resolveram o problema do lixo urbano com a Reciclagem Energética, um processo 100% limpo que transforma o lixo em energia e atua como complemento ao importante trabalho dos catadores e cooperativas de reciclagem mecânica. 

O Brasil ainda não adotou esta tecnologia, mas ela está contemplada na Política Nacional de Resíduos Sólidos. Na próxima semana, o assunto será debatido entre empresários e especialistas nacionais e internacionais, durante evento sobre a gestão do lixo urbano, que será realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de janeiro (Firjan), no Rio de Janeiro. 

A iniciativa é da Plastivida e da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza e Resíduos Especiais (Abrelpe), entidades que estão trabalhando no Brasil para viabilizar a reciclagem energética como solução para os resíduos sólidos, transformando em energia todo o material que não é possível reciclar mecanicamente (como as sacolinhas que muitas vezes embalam o lixo doméstico da maioria das casas brasileiras). 

O 1º Seminário Internacional de Tecnologia e Gestão de Resíduos Sólidos - Rio Ambiente 2010 – será realizado de 26 a 28 de maio, no Centro de Convenções Sul América, no Rio de Janeiro. A participação é gratuita e as inscrições podem ser feitas pelo e-mail para faleconosco@firjan.org.br  ou entrar pelo 0800 0231 231 (somente para o Rio de Janeiro).

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