terça-feira, 20 de abril de 2010

Para a Plastivida, plano do Carrefour de cobrar pelas sacolas penaliza o consumidor e não resolve a questão ambiental




Para a entidade, a privação das sacolinhas fará com que o consumidor tenha que pagar pela sacola retornável e, ainda, comprar sacos de plásticos de lixo pra embalar seus resíduos domésticos.

Recentemente, a rede de supermercados Carrefour anunciou uma série de medidas para banir, em quatro anos, o uso de sacolas plásticas. No lugar das sacolinhas, a rede comercializará as sacolas retornáveis, além de sacolas biodegradáveis, que também serão vendidas na boca do caixa.

Na avaliação da Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos, a medida penaliza o consumidor de diversas formas. A primeira delas é em seu direito de escolher qual o melhor modo de levar suas compras para casa. Segundo pesquisa Ibope, 71% das donas de casa apontam as sacolinhas plásticas como as embalagens preferidas para transportar as compras e 75% delas são a favor do seu fornecimento pelo varejo.

O outro ponto em que o consumidor será penalizado é no econômico, quando o Carrefour fala em cobrar “a preço de custo” pelas sacolas retornáveis. “Somos a favor das sacolas retornáveis, mas esta opção deve ser sempre do consumidor”, afirma Francisco de Assis Esmeraldo, presidente da Plastivida. Ele lembra que a pesquisa Ibope também apontou que 100% das donas de casa utilizam as sacolas para embalar o lixo doméstico. “Embalar o lixo em plástico é fator primordial para saúde pública. Então, o consumidor de baixa renda terá de pagar também pelo saco de lixo?”, questiona Esmeraldo. E completa: “Isso, sem falar de outras dezenas de alternativas de reutilização para as sacolinhas, já assimiladas pela população, entre elas carregar guarda-chuva molhado na bolsa, levar roupas para academia, embalar alimentos, o lanche das crianças, transformá-las em brinquedos como pipas, etc”.

A Plastivida acredita que a solução mais equilibrada está no investimento na informação e conscientização. Com pouco mais de dois anos, o Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, criado pela cadeia produtiva do setor, já conta com a participação de três dos seis maiores grupos varejistas do Brasil, de inúmeras outras redes, além do apoio da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e de suas congêneres estaduais. Voltado para a conscientização da população sobre uso responsável e descarte adequado de sacolas plásticas, o Programa já reduziu 40% do consumo das sacolinhas na maior rede de supermercados do País

Além da conscientização da sociedade para o uso e descarte responsável das sacolas, o Programa também aponta para a necessidade das redes supermercadistas oferecerem sacolas plásticas fabricadas dentro da Norma Técnica ABNT NBR 14937. Isso garante que sejam mais resistentes, suportem o peso das compras na totalidade de sua capacidade e, assim, não tenham que ser usadas em duplicidade para que não rasguem, o que reduz a quantidade utilizada e descartada.

“No lugar do banimento de qualquer produto, acreditamos que a educação da sociedade sobre uso consciente e descarte adequado - que significa aplicar os 3Rs: Reduzir, Reutilizar e Reciclar - é o melhor caminho para um convívio harmonioso entre a economia, praticidade, segurança, higiene e qualidade de vida que produtos como as sacolas plásticas oferecem e a preservação ambiental, uma vez que os plásticos são 100% recicláveis desde que sejam coletados”, conclui Francisco de Assis Esmeraldo, presidente da Plastivida.

Fonte: Portal do Meio Ambiente

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