A catarinense Leo Stinghen, que, morando em São Paulo, produziu shows e discos de Milton Nascimento, Boca Livre, Gonzaguinha, Pena Branca & Xavantinho, entre dezenas de outros artistas, volta-se agora a uma vocação artesanal aliada à sustentabilidade: produz bolsas e puffs cujas sacolas plásticas são utilizadas como principal material.
São trabalhos totalmente manuais, de tricô. “Comecei em 2007, na praia catarinense de Bombinhas, fazendo bolsas com fios de bananeira desidratados. Com o tempo, vi que as sacolas plásticas também poderiam ser reaproveitadas dessa forma e, então, passei a misturá-las aos fios vegetais”, comenta a artesã, que faz questão de fazer o próprio papel para as etiquetas e cartão de visita.
A maioria das bolsas produzidas tem o forro de tecido também com fios de plástico, produzidos numa indústria de Itajaí.
Os efeitos das peças são notáveis. Das embalagens de papel higiênico nasceu uma bolsa azulada, outra, da cor laranja, é com sacolas de uma rede de supermercado do Rio de Janeiro, onde Leo Stinghen reside desde que deixou Paraty, onde tinha uma loja de decoração.
A coleta tem uma história: “Quem guardava as sacolas e embalagens plásticas para mim era o músico Pena Branca e sua esposa Maria, e eu trançava com restos de barbantes doados”, detalha a artesã, que busca agora formar um grupo de mulheres que queiram aprender a tricotar e auxiliar no orçamento familiar, ao mesmo tempo em que protegem reaproveitam materiais que seriam descartados.
A artesã, que por três décadas promoveu a arte de tantos artistas, vê agora a natureza como uma arte a ser preservada.
Via: IC News
Nenhum comentário:
Postar um comentário