As ações do programa partem do princípio que é direito do consumidor escolher a melhor embalagem para carregar suas compras e concentram-se em medidas para reduzir o consumo das sacolinhas. Para isso é fundamental que as embalagens sejam produzidas dentro da norma ABNT 14.937, que assegura que essas sacolas suportem o peso das compras, em geral, 6 quilos, evitando que o consumidor necessite usar várias sacolas, diminuindo o consumo excessivo e aumentando o potencial de reaproveitamento. Com a especificação, para cada três sacolas certificadas, deixa-se de consumir uma sacolinha.
Além de difundir o uso de sacolas certificadas, o Programa também contempla a Escola de Consumo Responsável, projeto que leva conceitos de melhoria de qualidade das sacolinhas, consumo responsável, reutilização e descarte adequado aos consumidores e treina em larga escala os profissionais do varejo para apliquem esses conceitos no seu cotidiano.
Leia a seguir, matéria do Diário do Comércio de Belo Horizonte, sobre o assunto:
Brasil deixou de consumir 3,9 bi de sacolas plásticas
DIÁRIO DO COMÉRCIO - NEGÓCIOS - BELO HORIZONTE - 24 a 27/12/2010
Os organizadores do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas estimam que, até o final de 2010, a redução no consumo destas embalagens no Brasil chegue a 3,9 bilhões de unidades. Iniciado em 2007, em uma parceria entre a indústria e o varejo, o programa visa conscientizar o consumidor para que pratique o consumo responsável, além do descarte adequado das sacolas plásticas. De lá para cá, foi implantado em sete capitais (São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Goiânia, Brasília, Rio de Janeiro e Recife). Até o final de 2010, Florianópolis e Belo Horizonte também serão incluídas.
O programa, que foi desenhado para envolver indústria, varejo e população na questão da responsabilidade, parte do princípio que é direito do consumidor escolher a melhor embalagem para carregar suas compras. Pesquisa Ibope mostra que 71% das donas de casa brasileiras consideram as sacolinhas como o meio ideal para transportarem as compras. Além disso, 100% delas reutilizam essas embalagens no lixo doméstico.
Especificações - Para que este consumidor pudesse continuar usufruir dos benefícios que as sacolas plásticas trazem (economia, higiene, praticidade etc.) e, ainda assim, reduzir o consumo dessas embalagens, é necessário que sejam produzidas dentro da norma ABNT 14.937. Essas sacolas, identificadas com o Selo de Qualidade INP-Abief, aguentam o peso das compras, conforme sua identificação (no geral, 6 quilos). Assim o consumidor evita o uso em duplicidade e pode reutilizar esta sacolas mais vezes, diminuindo o consumo excessivo. Para cada três sacolas certificadas, deixa-se de consumir uma sacolinha. Segundo o diretor superintendente do Instituto Nacional do Plástico (INP), Paulo Dacolina, a expectativa para 2010 é que sejam produzidas 3 bilhões de sacolas dentro de norma técnica. "Para tanto, nove empresas no Brasil já estão certificadas para fabricar sacolas com o Selo de Qualidade INP-Abief", afirmou o executivo.
O programa também estabeleceu importante parceria com o varejo, a partir do apoio da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), das associações estaduais dos supermercados e das federações das indústrias dos estados por onde passou. Com isso, o programa hoje conta com a participação de quatro das seis maiores redes de supermercado do ranking da Abras (Pão de Açúcar, Zaffari, Prezunic e GBarbosa), além de dezenas de outras redes pelo Brasil. Além disso, mais de 5 mil pessoas, entre supervisores e operadores de caixa dos supermercados participantes, foram treinados para orientar os consumidores sobre o uso responsável das sacolinhas.
O resultado dessa iniciativa foi notório desde o início. Em 2007, o consumo de sacolas era de 17,9 bilhões. Em 2008, passou para 16,4 bilhões e, em 2009, para 15 bilhões. A projeção é reduzir em mais 1 milhão em 2010. O Pão de Açúcar, por exemplo, que implantou o programa em todas as suas lojas no Brasil, obteve redução superior a 30% no consumo de sacolas plásticas.
Escola de Consumo Responsável - Os idealizadores do programa - Instituto Nacional do Plástico (INP), Plastivida Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos e a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (ABIEF) - pretendem levar os conceitos de melhoria de qualidade das sacolinhas, consumo responsável, reutilização e descarte adequado ao maior número possível de municípios brasileiros e treinar em larga escala os profissionais do varejo para que essas premissas se mantenham constantes. Para aumentar ainda mais o alcance deste trabalho, foi criada a Escola de Consumo Responsável, um projeto itinerante que irá levar os conceitos de uso responsável e descarte adequado dessas embalagens para todo o país. O lançamento deste projeto acontecerá ainda em 2010, no Rio de Janeiro, onde mais de 10 redes de supermercados já se inscreveram nas atividades educativas.
Reciclagem energética - Quando se fala em preservação ambiental e consumo responsável, não se trata de uma ação isolada. Além da redução no desperdício das sacolas plásticas, o programa visa também a conscientização para a importância da reutilização dessas embalagens, assim como seu descarte adequado.
Hoje, o Brasil discute a Lei 12.305/2010 - Política Nacional de Resíduos Sólidos, projeto que coloca o país em um patamar diferenciado no que diz respeito ao lixo. Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil gera 57 milhões de toneladas de lixo urbano. Desse total, 50,2 milhões de toneladas são coletadas, ou seja, cerca de 6,8 milhões de toneladas de lixo urbano têm destino incerto. Do lixo urbano coletado, cerca de 28,5% vão para aterros sanitários e 21,7% para os lixões.
Nesse sentido, a Plastivida tem incentivado a reciclagem mecânica das sacolas, sendo o plástico 100% reciclável, para que se transforme em um outro produto. O Brasil hoje tem uma taxa de reciclagem mecânica dos plásticos de 22%, que cresce cerca de 13% ao ano. Ainda assim, há ociosidade na indústria de reciclagem (30%) por falta de uma coleta seletiva mais eficiente no país.
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