Macapá – O plástico está deixando de ser considerado vilão ambiental
e tem se tornado alternativa para projetos de construção sustentável.
Telhas plásticas feitas de polipropileno
puro, proveniente de materiais 100% recicláveis, garantem alta
resistência, leveza e longa durabilidade a casas e edificações em geral.
Essas são as características dos produtos da Plasacre, empresa de Rio
Branco (AC), participante do Amazontech 2012 em Macapá.
“O projeto de nossa telha plástica foi desenvolvido pelo IPT
(Instituto de Pesquisas Tecnológicas) de São Paulo e é certificado pelo
Inmetro, Falcon Bower e pelo IPT”, informa Camila Consolo, gestora
ambiental da Plasacre. A telha de plástico reciclado da marca acreana é
produzida no estilo romano e em sete cores: azul, vermelho, branco,
amarelo, cinza, verde e translúcida. Um telhado feito com o produto
inovador da Plasacre fica até 40% mais barato do que um com telhas
tradicionais, segundo material promocional da empresa.
A
Plasacre está no mercado há três anos. O empreendimento adquire
resíduos de plástico de cooperativa de catadores de Rio Branco e
remunera os cooperados com cerca de um salário mínimo/ mês. Eles coletam
o material na unidade de tratamento de resíduos sólidos do aterro
sanitário da capital acreana e das ruas da cidade.
A equipe da Plasacre, composta por 57 colaboradores, faz a triagem do
material, separando apenas os resíduos de polipropileno.Todo o processo
de transformação do material até as telhas plásticas é realizado na
própria empresa, que conta com equipamentos importados e nacionais para
executá-lo.
Além das telhas plásticas recicladas, a Plasacre produz mangueira
para irrigação, conduite corrugado, caixa multiuso e mourão, do mesmo
material. Tijolo ecológico, feito de sacola plástica, indicado apenas para piso, será o próximo produto da marca. No momento, esse
projeto se encontra em fase de teste, mas já foi patenteado.
“Estamos participando do Amazontech pela primeira vez. Está sendo
uma boa oportunidade para divulgar nossos produtos na região norte”,
afirma Camila. A Plasacre está despertando curiosidade do público do
evento. Ela participou de dois encontros promissores na rodada de
negócios. Duas videoconferências foram agendadas com empresas de Macapá
do setor alimentício.
Artefatos plásticos para construção civil ainda são desconhecidos na
região amazônica e, por este motivo, despertam desconfiança, segundo a
gestora ambiental. “Há preconceito. As pessoas questionam cheiro,
qualidade, higienização”, esclarece. Apesar da estranheza que as telhas
plásticas despertam, testes e estudos comprovam que elas são mais
resistentes e duráveis do que as tradicionais, argumenta.
Aos poucos esses produtos vão conquistar o mercado, não há como
escapar disso, prevê Camila. Só precisa andar mais rápido, especialmente
na Amazônia, diz ela. “O descarte de plástico em igarapés é
lamentável. Precisamos acelerar as soluções que existem para reduzir o
impacto dos resíduos sólidos na natureza e reaproveitá-los para fabricar
novos produtos”, enfatiza Camila.
Via: Corrêa Neto
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