A ampliação dos índices de reciclagem de isopor deve fazer com que o setor cresça e o desperdício diminua
Nem todo mundo tem conhecimento de que todo isopor é plástico e que pode ser reciclado, inclusive as bandejinhas (XPS) - embalagens protetoras dos produtos cárneos, laticínios, frutas, verduras e legumes -, e o isopor expandido (EPS) - protetores para eletrodomésticos, eletroeletrônicos, bebidas, etc.
O Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida) lançou, em 2006, o projeto educativo Repensar, com o objetivo de divulgar a reciclabilidade do isopor (EPS e XPS), as vantagens e benefícios que o produto oferece, desfazer mitos e estimular sua reciclagem.
O projeto reúne fabricantes de matéria prima e/ou resinas termoplásticas; empresas que beneficiam e transformam a matéria prima, como a Termotécnica; e empresas que reciclam os resíduos de isopor, como a Proeco/Santa Luzia e a Termotécnica, ou seja, envolve toda a cadeia produtiva do isopor.
Para garantir o fornecimento constante de matéria prima, o projeto conta com parceiros empresas/fontes geradoras fornecedoras de resíduos de isopor, como os segmentos de mercado varejista, incluindo Carrefour, Grupo Pão de Açúcar/bandeira Extra e Wal Mart; lojas de departamento, como Magazine Luiza e Casas Bahia; grandes laboratórios, como Roche e distribuidoras; cooperativas de coleta seletiva; a Brasbar, empresa fabricante de artefatos de isopor; e em 2009, o Esporte Clube Pinheiros e a Renault do Brasil/unidade Curitiba.
Por questões de logística, o Repensar atua principalmente nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, onde as plantas industriais dos recicladores se encontram. A Proeco/Santa Luzia situa-se respectivamente na região de Campinas (SP) e em Braço do Norte (SC). A Termotecnica, outro reciclador associado à Plastivida, situa-se em Sumaré e Indaiatuba (SP) e Joinville (SC). A Termotecnica tem intenção, neste ano, de abrir operação em Recife (PE) e Rio de Janeiro.
Em 2007, o Projeto Repensar coletou em suas fontes geradoras/parceiros e destinou à reciclagem, 32 toneladas de resíduos pós consumo. Em 2008, foram 113 toneladas, transformados em réguas, esquadros, brinquedos, rodapés e perfis para obra civil, molduras para quadros e solados plásticos para calçados.
Em 2009 foi ampliada a quantidade de resíduos pós consumo coletado por meio da captação de novos parceiros, chegando a aproximadamente 170 toneladas no ano.
O maior ganho vai para o meio ambiente, que está saturado pelo descarte de resíduos de modo geral. Com a volta do isopor ao sistema produtivo gera-se renda e ganha também a sociedade, com produtos reciclados mais econômicos do que os confeccionados com matéria prima virgem.
"Acredito que o Brasil seja um dos países que mais reciclam isopor (um dos poucos), visto que os demais, principalmente os desenvolvidos, incineram o material, gerando energia térmica e elétrica", afirma Geraldo Pires, que é coordenador dos projetos socioambientais da Plastivida.
Ele explica que pesquisa, realizada em maio de 2007, pela Plastivida, revelou que 90% da nossa sociedade não sabe que isopor é plástico 100% reciclável.
" Aproximadamente 21% de tudo que é produzido volta a ser matéria prima, percentual superior ao da União Europeia, que é de 17 a 18%", revela.
Fique por dentro
Conheça o material
O poliestireno expandido e extrudado (EPS e XPS), mais conhecido no Brasil pela marca isopor, é muito usado pela capacidade de isolamento termoacústico; resistência mecânica à dilatação e compressão; leveza e facilidade de manuseio; por não contaminar o solo, a água e o ar; não apodrecer e não mofar; ser atóxico e inodoro e por possui grande estabilidade diante de outros materiais. Assim como os demais plásticos, é 100% reciclável, podendo esta ser mecânica, ao ser transformado em matéria prima para a fabricação de novos produtos.
Carretéis para linhas e fios também já são produzidos, no Brasil, a partir da reciclagem do isopor
Maristela Crispim
Repórter
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