A TRIBUNA - CIÊNCIA - SANTOS - 08/11/10 - Pg. C5 |
Várias cidades, muitas delas aqui mesmo na Baixada Santista, aprovaram leis que têm como objetivo diminuir o uso das sacolas plásticas, cuja matéria-prima, o petróleo, é finita e não renovável. A saída, segundo essas legislações, seria o uso de plástico biodegradável ou a adoção de sacolas retornáveis.
Entretanto, a maioria dessas leis vem sendo questionada na Justiça e acaba por não entrar em vigor - como, aliás, ocorreu em Santos, recentemente. Mas o pior é que, para muitos especialistas, esse tipo de medida proporciona resultados pífios.
É o que afirma, por exemplo, o professor José Carlos Pinto, do Programa de Engenharia Química da Coppe (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Para ele, é um equívoco atribuir ao plástico o papel de vilão do meio ambiente, pois se trata de um material que apresenta as propriedades ideais para reciclagem e reuso.
O DESTINO
Opinião semelhante tem o professor Sabetai Calderoni, da USP. "O vilão não é a sacolinha plástica em si, mas sim o destino que damos a ela".
No Rio de Janeiro, materiais plásticos compõem menos de 20% de todo o lixo produzido pelos cariocas -média que se repete na maioria das grandes e médias cidades do Pais: Por outro lado, cerca de 70% das sacolas utilizadas no País são descartadas no lixo comum.
Esse rito sumário tem várias origens. A primeira é a falta de conscientização da comunidade, aliada a programas públicos ineficientes, tanto de coleta de lixo limpo como de educação ambiental.
"E verdade que alguns desses materiais demoram mais de uma centena de anos para se decompor, mas, ao contrário do que muitos acreditam, isso pode ser bom. Exatamente porque não se degrada é que o material plástico pode ser usado e transformado muitas vezes", explica José Carlos.
IMPACTOS
Uma vez terminado o ciclo de vida do produto plástico, ele pode ser processado e usado como matéria-prima, dando início ao ciclo de vida de um novo produto. O pote de xampu de hoje pode ser a sacola plástica de amanhã e o saco de lixo de depois de amanhã, o que não seria possível se o material fosse degradável.
"A decomposição de matéria orgânica é um dos principais problemas de nossos rios e lagos, provocando a proliferação de algas e a mortandade de peixes, além de contribuir com o problema do aquecimento global quando resulta na produção de metano e dióxido de carbono".
Segundo José Carlos, os compostos orgânicos dissolvidos nas águas e solos provocam o desenvolvimento de bactérias, fungos, vermes e o esgotamento do oxigênio disponível nesses meios. "Ao contrário do plástico, que, por não se degradar em alta velocidade quando despejado no ambiente, praticamente não produz toxinas".
Entretanto, a maioria dessas leis vem sendo questionada na Justiça e acaba por não entrar em vigor - como, aliás, ocorreu em Santos, recentemente. Mas o pior é que, para muitos especialistas, esse tipo de medida proporciona resultados pífios.
É o que afirma, por exemplo, o professor José Carlos Pinto, do Programa de Engenharia Química da Coppe (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Para ele, é um equívoco atribuir ao plástico o papel de vilão do meio ambiente, pois se trata de um material que apresenta as propriedades ideais para reciclagem e reuso.
O DESTINO
Opinião semelhante tem o professor Sabetai Calderoni, da USP. "O vilão não é a sacolinha plástica em si, mas sim o destino que damos a ela".
No Rio de Janeiro, materiais plásticos compõem menos de 20% de todo o lixo produzido pelos cariocas -média que se repete na maioria das grandes e médias cidades do Pais: Por outro lado, cerca de 70% das sacolas utilizadas no País são descartadas no lixo comum.
Esse rito sumário tem várias origens. A primeira é a falta de conscientização da comunidade, aliada a programas públicos ineficientes, tanto de coleta de lixo limpo como de educação ambiental.
"E verdade que alguns desses materiais demoram mais de uma centena de anos para se decompor, mas, ao contrário do que muitos acreditam, isso pode ser bom. Exatamente porque não se degrada é que o material plástico pode ser usado e transformado muitas vezes", explica José Carlos.
IMPACTOS
Uma vez terminado o ciclo de vida do produto plástico, ele pode ser processado e usado como matéria-prima, dando início ao ciclo de vida de um novo produto. O pote de xampu de hoje pode ser a sacola plástica de amanhã e o saco de lixo de depois de amanhã, o que não seria possível se o material fosse degradável.
"A decomposição de matéria orgânica é um dos principais problemas de nossos rios e lagos, provocando a proliferação de algas e a mortandade de peixes, além de contribuir com o problema do aquecimento global quando resulta na produção de metano e dióxido de carbono".
Segundo José Carlos, os compostos orgânicos dissolvidos nas águas e solos provocam o desenvolvimento de bactérias, fungos, vermes e o esgotamento do oxigênio disponível nesses meios. "Ao contrário do plástico, que, por não se degradar em alta velocidade quando despejado no ambiente, praticamente não produz toxinas".
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