terça-feira, 19 de janeiro de 2010

PROGRAMA DE CONSCIENTIZAÇÃO PARA USO DE SACOLA TERÁ R$ 14 MI ATÉ 2011

O programa de conscientização para o uso correto de sacolas plásticas terá orçamento de R$ 14 milhões para os anos de 2010 e 2011. O montante faz parte do plano de R$ 19,6 milhões a serem investidos no triênio 2009-2011 e será utilizado para ampliar a abrangência da iniciativa, que no próximo ano deve chegar a redes varejistas instaladas nas capitais do Rio de Janeiro, de Santa Catarina e Pernambuco.

O projeto iniciado em 2008 já envolveu até o momento mais de 50 lojas em São Paulo, Rio Grande do Sul, Salvador, Goiânia e Brasília e, segundo pesquisas promovidas pelo grupo idealizador da iniciativa, encabeçado pela Plastivida, contribuiu para reduzir em pelo menos 10% o consumo nas lojas participantes do trabalho. "Esses números mostram que nossa meta de reduzir o consumo de sacolas em 30% durante um ano é perfeitamente atingível", afirma o presidente da entidade, Francisco de Assis Esmeraldo.

Os números do setor mostram que a campanha já começa a colher os primeiros resultados. Segundo dados da Plastivida, o consumo de sacolas encolheu de 17,9 bilhões de unidades em 2007 para 16,4 bilhões unidades em 2008. Para 2009, as estimativas apontam que o mercado de sacolas plásticas pode encolher para 15 bilhões de unidades. "Achamos que grande parte da queda ocorreu em decorrência da campanha", destaca Assis, para depois assumir que o movimento de repudio às sacolas que está sendo promovido por algumas entidades também tem impacto nos números.

A menor utilização de sacolas tende a frear a ofensiva contra o consumo do produto em redes varejistas ao mesmo tempo em que deve beneficiar a produção de sacolas fabricadas de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). As especificações determinam que as sacolas sejam mais resistentes, o que exige uma maior gramatura para o produto. Na prática, isso significa que uma queda de até 20% no consumo de sacolas pode ser compensada pela maior utilização de resinas por sacola, o que reduz o impacto da campanha para as petroquímicas.

Atualmente, conforme estimativas da Plastivida, a produção de sacolas certificadas já alcança 3 bilhões de unidades por ano, quase 20% do mercado nacional, com tendência de crescimento. "Hoje temos nove fabricantes que podem atender até 80% da demanda do mercado", ressalta Assis, descartando qualquer preocupação em relação a desabastecimento do mercado.

Para 2010, a entidade prevê que outras seis fabricantes deverão ser credenciadas para a produção das sacolas adequadas às normas.

Além do aumento da oferta desses produtos, Assis acredita que a demanda por sacolas continuará a cair no próximo ano, o que reduzirá ainda mais a participação de produtos impróprios ao consumo no total das vendas do setor. "Vamos intensificar o projeto no próximo ano para reduzirmos o consumo para aproximadamente 13,5 bilhões de unidades", diz. A meta, caso atingida, representará uma queda de quase 25% em relação à demanda registrada em 2007, ano anterior ao início da campanha.



Adesão



Assis prevê que novas redes regionais devem aderir ao projeto ao longo dos próximos anos, conforme a iniciativa chegue a outros estados. Ao mesmo tempo, as grandes companhias do setor também devem contribuir para a multiplicação do trabalho, ao levar a iniciativa para outros mercados. "O Pão de Açúcar, por exemplo, registrou queda de 35% ao longo de um ano", afirmou o executivo, referindo-se apenas às lojas com a bandeira Pão de Açúcar instaladas em São Paulo.

A iniciativa encabeçada pela Plastivida, que tem como principal campanha o Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, já conta com a participação de redes como Pão de Açúcar, Carrefour, Compre Bem e Extra, além grupos locais como Supermercados Caíque (Brasília), Hiperideal (Salvador), Zaffari (Rio Grande do Sul) e Supermercado Tático (Goiânia), entre outros.


"Nossa proposta é aplicar o programa nas capitais, onde podemos sensibilizar a população, que por sua vez pode disseminar o trabalho de conscientização em outras cidades", explica Assis. Fora desses centros, as redes de varejo também poderão ser atendidas pela escola de consumo consciente para o varejo, que está sendo idealizada para entrar em operação em 2010. "Essa escola terá uma equipe itinerante que poderá levar o programa para cidades do interior", revela.



A outra frente de trabalho do grupo, que também reúne o Instituto Nacional do Plástico (INP) e a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), além de fabricantes de sacolas e petroquímicas, será a divulgação da iniciativa por intermédio de campanhas de mídia, estratégia já iniciada este ano. "Vamos trabalhar com a rádio, a televisão e outras mídias, sobretudo a web, onde é possível atender um público jovem e onde é possível ter forte penetração", explica Assis.

(André Magnabosco - Agência Estado)

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